quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Fezes de animais poluem calçadão da Beira-Mar





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Desrespeito ao cidadão: os donos levam os seus cães para passear e não assumem a responsabilidade de coletar os resíduos deixados pelos animais 
NATINHO RODRIGUES
Das amostras das fezes coletadas no calçadão, em 2007, 53% apresentavam-se com verminoses

Como se já não bastassem as bicicletas e os buracos no calçadão da Beira-Mar, outro problema preocupa os frequentadores: as fezes de animais. Deixados no meio do passeio, os dejetos, agora, são o alvo da Campanha "Calçada Limpa". Afinal, como alerta estudo da Universidade Federal do Ceará (UFC), o material excretado, que deveria ser recolhido pelos donos dos cães, possui parasitas que podem gerar sérios problemas de saúde, além de acidentes.

Na manhã de ontem, a reportagem esteve na Beira-Mar e constatou que, sejam nos cantos das árvores ou no extenso calçadão, as fezes tornam-se obstáculos e provocam mau cheiro para aqueles que passeiam ou praticam esportes no local. Conforme explica o professor da UFC Fernando Bezerra, mestre e doutor em Parasitologia, em 2007, 53% da amostra das fezes coletadas entre o aterro da Praia de Iracema e o Mercado de Peixes apresentavam-se positivas para verminoses de dois tipos: ancilostomídeos e toxocara canis.

Segundo a pesquisa, realizada em parceria com estudantes de graduação em Medicina, os ancilostomideos são os responsáveis por larvas migrans cutâneas, que provocam irritações, coceiras e feridas que "abrem" a pele para outras infecções. Já o toxocara canis é causada pelo ovo que é eliminado pelos vermes nas fezes dos cães.

"O que é mais complicado porque pode levar os médicos a desconfiarem de outras doenças. Por exemplo, no fígado, pode deixá-lo inchado, levando a crer que é calazar, doença de Chagas, malária etc.", ressalta Bezerra, que também é representante da Sociedade Brasileira de Parasitologia no Ceará.

Como esclarece o coordenador do Movimento Amigos da Beira-Mar, Tadashi Enomoto, diante das tantas complicações para saúde pública, a intenção da iniciativa é conscientizar os donos dos animais a recolherem as fezes dos bichos.

Por outro lado, como acrescenta, a proposta também é levar à Prefeitura de Fortaleza um abaixoassinado para que uma campanha e medidas punitivas e fiscalizadores sejam realizadas e coibam o mau hábito dos donos dos cães.

ENQUETE 
Defesa da campanha
"Todas as vezes que saio com meu cão, três vezes por semana, levo um saco plástico para recolher as fezes do animal"

Lucas Wlassak
22 ANOS
Estudante

"Uma campanha de limpeza é bem-vinda, pois as pessoas não têm o hábito de recolher as fazes dos animais"

Carmen Lúcia Lima
52 ANOS
Professora

JANINE MAIA
REPÓRTER
Fonte- http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=719148

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010


Campanha por calçadas limpas

Publicado em 11 de janeiro de 2010 


Um abaixo-assinado pretende cobrar medidas para reduzir as fezes de cães em vias, calçadões e praças de Fortaleza
Um problema crescente nas grandes cidades, que parece não incomodar apenas os geradores, são as fezes de cachorro em ruas, calçadões e parques urbanos. Em Fortaleza, coopistas e turistas sentem-se particularmente incomodados no calçadão da Avenida Beira-Mar.

Cansado de enfrentar o problema e ouvir reclamações, mas, sobretudo, preocupado com os riscos à saúde pública, o coordenador dos Amigos da Beira-Mar, Tadashi Enomoto, lançou a campanha Calçada Limpa, com a coleta de assinaturas, na manhã desse sábado. Entre 6h30 e 8 horas, aproximadamente 300 pessoas mostraram-se sensíveis à causa.

Enomoto pretende continuar a ação ao longo da semana e expandir a sensibilização para outros pontos da cidade, como o Bairro de Fátima e o Parque Ecológico do Cocó. Também disponibilizou seu telefone, (85) 9991.6655, a outros cidadãos que estejam dispostos a colaborar com a iniciativa.

"Quero deixar claro que não se trata de cercear o direito de ir e vir com os animais de estimação, mas estimular práticas que tenho observado, sobretudo por pessoas que já moraram fora, de coletar os dejetos adequadamente", disse.

Seu objetivo é recolher pelo menos três mil assinaturas e encaminhar para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria Executiva Regional (SER) II e Ministério Público Estadual (MPE), para que o poder público cumpra o papel de fazer com que a lei seja cumprida.

"Essa é uma questão de higiene e de saúde pública. Eu pesquisei e descobri que há muitas doenças transmitidas pelas fezes dos animais", afirmou.