quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Entrega do calçadão da Av. Beira-Mar atrasa de novo




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Enquanto obras não ficam prontas, a população convive com os buracos que se formaram no passeio
RODRIGO CARVALHO
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Em 2005, a Prefeitura prometia realizar a urbanização do calçadão em um mês. Hoje, a previsão para é 2012
REPRODUÇÃO




Os trabalhos deveriam ter sido concluídos na última segunda-feira, mas faltou a cerâmica utilizada no piso
Os trabalhos de recuperação do calçadão da Avenida Beira-Mar, que começaram no último dia 6 de maio, não foram finalizados na segunda-feira passada, como previa o cronograma de obras da Prefeitura. O trecho mais crítico é o que fica em frente ao Clube Náutico Atlético Cearense, onde é realizada a Feira de Artesanato.

A obra consiste basicamente na recolocação do piso onde há falhas. O trabalho, realizado pela Construtora Barros Costa Ltda., está cerca de 40% concluído. Até o momento, foi entregue apenas o trecho entre a Avenida Desembargador Moreira e o Anfiteatro da Beira-Mar.

Por conta disso, reclamações devido aos buracos são frequentes. O morador Alexandre Vidal, 35, conta que a promessa de recuperar o calçadão é antiga. "Moro aqui há 15 anos e sempre ouvi a mesma conversa. Minha prima que veio de Brasília, no mês passado, chegou a tropeçar em um buraco e quase torceu o pé", relata. Já a estudante Glenda Gonçalves,18, diz que já presenciou acidentes sérios em decorrência aos inúmeros buracos existentes no calçadão. "Certa vez, um turista de Portugal caiu e se machucou. A reforma deveria ser feita com maior rapidez para não manchar o nome da cidade".

Manutenção

Já o coordenador da Associação Amigos da Beira-Mar, Tadashi Enomoto, acredita que não adianta nada a Prefeitura reformar o calçadão e não realizar uma manutenção permanente no local. "Após a reforma do passeio é necessário fazer de uma forma periódica a manutenção. O poder público demora muito para ver os problemas. Só aparece quando não dá mais para esconder".

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor), o atraso se deu por falta de material. Para solucionar o problema, já foi providenciado um Termo Aditivo de Serviço e Material com o pedido de mais 800m² de cerâmica para dar continuidade à obra no calçadão.

A cerâmica tipo Gail, usada na reforma, não tem pronta-entrega. Por isso, a encomenda, vinda de Santa Catarina, deve chegar a Fortaleza em 40 dias. A pintura dos bancos, quadras e alambrados já foi finalizada informa a assessoria. O paisagismo, garante a Prefeitura, ficará pronto até 15 de setembro.

A administração municipal esclarece que se trata de uma reforma emergencial, pois a Beira-Mar passará por uma requalificação total, que será realizada dentro do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). O início está previsto para o segundo semestre de 2011. A intervenção acontecerá em toda a extensão da Avenida.

O projeto inclui repavi-mentação e tratamento paisagístico, além de requalificação da feira de artesanato, mercado dos peixes e quiosques. Um Concurso Nacional de Ideias, cujo resultado foi homologado em fevereiro, foi realizado para projetar as mudanças. Atualmente está sendo desenvolvido o projeto básico da intervenção.

Enquete 
Reclamações
Geraldo Alves
48 ANOS
Comerciante
O problema é antigo. As autoridades devem se atentar ao problema, já que isto aqui é cartão-postal de nossa Capital

Gisele Gonçalves 18 ANOS
Estudante
Já tive um acidente correndo aqui. Espero que a Prefeitura reforme o calçadão para o que ocorreu comigo não se repita

NOVELA
Projetos de intervenção no local vêm desde 2003
Há cerca de sete anos os cearenses acompanham o movimento instável da reurbanização da Avenida Beira-Mar. O principal problema é que uma hora as obras começam e logo depois param; quando é feito um avanço, logo depois acontece um recuo. Infelizmente, esse é um projeto que não parece ter fim.

As intervenções no calçadão da Beira-Mar foram idealizadas, ainda na gestão do ex-prefeito Juraci Magalhães. Mas, em setembro de 2003, elas pararam de ser executadas pois o Ministério Público (MP) pediu o embargo de toda a obra. A alegação era de que a reforma poderia causar danos ambientais.

Em abril de 2005, após a eleição da prefeita Luizianne Lins, o projeto foi retomado. A previsão era de que toda a urbanização custaria R$441.576,53. Antes de dar início a todas as obras era necessário, contudo, resolver a situação do embargo junto ao Ministério Público.

Já em novembro daquele ano, a Prefeitura deu início as obras de recuperação do calçadão da Beira-Mar. O projeto consistia na troca ou reposição das cerâmicas do passeio, entre a Avenida Rui Barbosa e o Mercado dos Peixes. A expectativa era de que no dia 30 de dezembro as obras estivessem finalizadas.

O projeto de reordenamento da Avenida foi trabalhado pelo município, durante todo o ano de 2006. Assim como foi realizada a reestruturação da feirinha e também foram feitas obras de manutenção e melhorias por toda a Beira-Mar.

A Prefeitura realizou, em 2007, varias ações que tinham como objetivo reordenar todo o espaço do calçadão, deixando-o sem entulho amontoado, barcos abandonados, nem quaisquer barreiras irregulares impedindo a visão do mar ou a passagem das pessoas no local e dele para a praia.

Este ano, foi apresentado um novo projeto, que tem um custo total de R$120 milhões. Ele prevê a engorda na faixa mais crítica da orla, numa extensão total de 1.150 metros. A feira de artesanato continua com 650 artesãos e terá estrutura permanente com banheiros para o público e feirantes.

GIORAS XEREZ
ESPECIAL PARA CIDADE
Fonte- http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=843593