terça-feira, 26 de abril de 2011

Morador denuncia buraco em rua movimentada de Fortaleza


Moradores colocaram placa para sinalizar buraco na Rua Tibúrcio Cavalcante no bairro Mereieles (Foto: Tadashi Enomoto)
Um buraco na Rua Tibúrcio Cavalcante, próximo a esquina com Rua Silva Jathay, no bairro Meireles, em Fortaleza, vem causando transtornos para os motoristas que passam pelo local, dificultando o tráfego, que é intenso durante todo o dia.
A denúncia foi enviada ao Jangadeiro Online pelo coordenador dos Amigos da Beira Mar, Tadashi Enomoto. Segundo ele, o buraco é bastante antigo e atrapalha a passagem dos carros pelo trecho da rua. Os moradores colocaram uma placa para sinalizar a cratera.
Procurada pela nossa produção, a Secretaria Executiva Regional II (SER II) informa que a equipe de Infraestrutura do órgão já iniciou o trabalho de recuperação do asfalto no trecho, mas que, devido ao período de chuvas, o trabalho foi suspenso e deve ser reiniciado logo que possível.
Fonte- http://www.jangadeiroonline.com.br/fortaleza/buraco-da-loura-morador-denuncia-cratera-em-rua-movimentada-da-capital/

segunda-feira, 25 de abril de 2011


Av. Beira-Mar terá Zona Azul


Publicado em 25 de abril de 2011 

AMC anuncia que implantação está em fase de estudo e também contemplará Parangaba e Messejana

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Avenida Beira-Mar deverá ser uma das próximas áreas de Fortaleza contempladas com a Zona Azul, além dela, a Parangaba e Messejana também terão o sistema 
FOTO: THIAGO GASPAR
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Desorganização reina em ruas como a Coronel Alves Teixeira, estreita e liberada para dois sentidos, motoristas ainda estacionam nos dois lados da vida
FOTO: THIAGO GASPAR


Com um veículo particular para cada cinco pessoas, Fortaleza enfrenta um verdadeiro caos em suas ruas e avenidas. Afinal, de acordo com os números do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em março deste ano, os proprietários dos 456, 7 mil automóveis e caminhonetas têm o direito não só de circular pela cidade, mas também de estacionar seus veículos. E aí, surge o dilema: o que fazer para equacionar o fluxo de pessoas, carros, ônibus, motos, bicicletas e táxis sem dar um verdadeiro nó cego na mobilidade urbana?


Pior é a falta de espaços definidos, criando novos problemas. Motoristas acabam desrespeitando as leis de trânsito. Estacionam onde encontram um "buraco" como canteiros centrais e calçadas, além de ficar em fila dupla ou até em tripla.


A precariedade dos estacionamentos ajuda a confirmar a fama de cidade mal planejada e obriga a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) a buscar alternativas que, na realidade, afirmam especialistas e condutores, não resolvem o problema, como a implantação do Sistema de Estacionamento Rotativo Zona Azul. Mesmo assim, é considerada uma opção viável que minimiza a falta de vagas.


Por esta razão, informa o presidente da Autarquia, Fernando Bezerra, a Zona Azul será ampliada para a Avenida Beira-Mar e centros comerciais da Parangaba e Messejana. O objetivo, explica ele, é aumentar a rotatividade de veículos e facilitar a dinâmica da cidade.


Vagas


Atualmente, são 2.432 vagas, em cinco áreas: Aldeota, Centro, Guararapes, Joaquim Távora e Monsenhor Tabosa. Do total de vagas, 1.741 são de até duas horas. Nas 691 vagas restantes, os motoristas podem deixar o carro por até cinco horas. A ideia é ampliar para três mil vagas. Além disso, os veículos devem estacionar no ângulo de 90º, sentido exigido na própria Beira Mar e na Avenida Monsenhor Tabosa. O exemplo seguido é de São Paulo.


Bezerra frisa, entretanto, que é a Prefeitura não é responsável por ampliar os estacionamentos na cidade e critica os empreendimentos que ainda não elaboraram o Relatório de Impacto Sobre o Tráfego (Rist), projetando o aumento do volume do trânsito no local e nas ruas adjacentes e definindo medidas que minimizem possíveis transtornos.


A legislação estabelece um número mínimo de vagas de acordo com o tamanho e com a natureza do empreendimento. "O problema é que poucos fazem esse planejamento e responsabilizam a gestão para resolver o problema da falta de vagas para estacionar", aponta.


De acordo com o engenheiro de trânsito e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Paulo Holanda, a Zona Azul ainda é a melhor solução para resolver a falta de vagas. Ele explica que o sistema é um gerenciamento da oferta, ou seja, transforma o espaço em vagas dinâmicas. Na sua avaliação, é a única maneira de ofertar uma quantidade maior em locais onde há limitação de estacionamento. "Ao invés de uma pessoa estacionar o carro às 8 horas e só sair de lá às 18 horas, cinco pessoas diferentes podem utilizar o mesmo espaço".


Para a coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Psicologia Ambiental (Locus), Zulmira Áurea, é preciso pensar as pessoas e não somente o trânsito. Segundo ela, nosso modelo de urbanização prioriza carros, ruas, asfalto em detrimento de outras formas de estar na cidade: o caminhar, a convivência, a natureza e a vivência do espaço público.


Condições estas, aponta, essenciais para o aparecimento das cidades em sua origem, e consequentemente para a construção da cidadania. A sustentabilidade ambiental e social nas cidades hoje depende da ênfase dada a uma circulação que gaste menos energia e tempo, transportes mais coletivos que tenham menos impacto.




SAÍDASEspecialistas apontam alternativas para questão
Para especialistas, desatar o nó do trânsito da cidade deve começar por opções práticas na hora de estacionar o veículos. O engenheiro de trânsito Ricardo Pereira afirma que uma opção seria investir em mais edifícios-garagens com vagas rotativas, associando o serviço com linhas de transporte coletivo com eixo exclusivo.


"Esses empreendimentos deveriam ser construídos fora do Centro, da Aldeota e de centros comerciais como os da Parangaba e Messejana". No entanto, reconhece, a cultura do cearense impede que esse tipo de opção comece a fazer parte do cotidiano da Capital. "As pessoas querem estacionar na frente do local onde vão e daí o caos se instala em todo canto".


A economista Geanne Medeiros, diz que para isso dar certo, é preciso investir no sistema de transporte mais eficiente. "O que acontece em Fortaleza é termos mais carros nas ruas e a infraestrutura da Cidade não acompanha esse crescimento. As ruas permanecem do mesmo tamanho há anos", argumenta.


ExemploJá o professor da área de informática, Pedro Arruda, dá o exemplo de cidades norte-americanas que buscaram na tecnologia a solução do problema. "Lá, um sistema chamado Streetview está em execução". O sistema, explica, usa milhares de sensores digitais para monitorar as ruas. Está sendo instalado em São Francisco, e funciona assim: quando a rua estiver lotada, basta sacar o celular para saber qual a vaga mais próxima.


Além de facilitar a vida dos motoristas, a novidade também promete melhorar o trânsito. Um estudo feito nos EUA revelou que, em cidades como Nova York e São Francisco, até 45% dos carros presos em congestionamentos estão, na verdade, à procura de vagas. O novo sistema não elimina totalmente a briga para parar o carro, pois não permite reservar uma vaga na rua. Lugar garantido mesmo, só nos estacionamentos pagos dos edifícios-garagens.




CONFUSÃO
O problema acontece por todos os lados
O problema da falta de estacionamento não é exclusividade das faculdades nem dos centros comerciais. Motoristas enfrentam o mesmo dilema nas ruas secundárias da Aldeota, Dionísio Torres e Centro. Um exemplo é a Rua Coronel Alves Teixeira. Estreita, a via é liberada para o tráfego nos dois sentidos. A questão é que os veículos estacionam nos dois lados, provocando uma tremenda disputa pelo espaço reduzido.


"Aqui é demais. Se você vier num sentido e outro carro vier do outro, alguém tem que dar ré porque senão ninguém anda", diz o professor de educação física, Alexandre de Araújo Filho. Na visão da arquiteta e urbanista Juliana Novaes essa questão afeta a vida na cidade como o todo.


Ela afirma que as cidades crescem em um território limitado. A cada prédio construído, um bairro ganha mais moradores, carros e demanda por serviços e equipamentos públicos. Embora, aponta a especialista, urbanistas concordem que o adensamento seja positivo, a falta de planejamento da cidade põe tudo a perder: a chegada desordenada de empreendimentos afeta a paisagem urbana, o tráfego e as áreas verdes.


Lei federal
O urbanista Paulo Roberto Nascimento concorda com Juliana e lembra da lei federal, no Estatuto da Cidade que criou o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). "O estudo avalia os impactos da construção e, se necessário, aponta sugestões para contorná-los".


Em municípios como Ribeirão Preto e Santo André, em São Paulo, onde o EIV está regulamentado, a população tem mais condições de participar do processo. "Se o cidadão entende que um novo prédio pode trazer transtornos, deve exigir da Prefeitura que se faça o estudo, mas é preciso cidadania e aplicação da lei", diz.




ENQUETEDifícil resolução
Rogério Maciel, 40 ANOS
Taxista


Está muito difícil resolver esse problema de estacionamento em Fortaleza. A Zona Azul só vai encher o bolso da Prefeitura


Williame Oliveira, 45 ANOS
Coopista


O trânsito está cada dia pior na cidade. Se o transporte público não funciona, a gente tem que usar o carro e aí é peia
Guvemar Sales, 52 ANOS

Presidente de cooperativa


A ideia da AMC de ampliar a Zona Azul é boa, mas acho que só isso não resolve o problema. Deixar o carro em casa é opção
LÊDA GONÇALVES

REPÓRTER
Fonte-  http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=970296