IDEIAS
sábado, 12 de maio de 2012
Aos 13 anos de existência, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura vive a experiência de quase morte. A notícia provocou-me um sentimento de grande perda. Nossa paixão pelo local nasceu com ele. Amor e encantamento à primeira vista. A revalorização da região com uma obra de arte ousada, de estrutura ampla e aberta. A coexistência da diversidade mesclada de forma harmônica, o cheiro do café com tapioca, o colorido dos restaurantes repletos, o anfiteatro, as exposições, os cinemas, o planetário, o teatro, as salas aconchegantes para público reduzido, tudo isso e muito mais, puro prazer! Os jardins e a brisa agradável trazem a sensação de que o calor da cidade ali se ausentou. Que ventura ter em Fortaleza um local que desperta o melhor de nós, em meio a tantas agruras e descuidos. Pouco a pouco, porém, o Dragão entrou em agonia. A livraria fechou, as sessões matinais de cinema acabaram-se levando sonhos da juventude, enquanto inesperados arrastões e a marginalidade crescente assinalavam o abandono. A lenta agonia do Dragão, pouco a pouco, afastou-me. Pura insegurança! Tenho, porém, a esperança de ver o Dragão revigorado, cheio de energia, antes de chegar às vias do sem jeito. Preservar é sempre mais difícil do que criar.
Celina Côrte Pinheiro
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