sábado, 24 de outubro de 2015


Vale substitui caminhões por correias para transporte de minério de ferro


Eny Miranda/Vale
Montagem do transportador de correia de longa distância em Canaã dos Carajás, no Pará
Montagem do transportador de correia de longa distância em Canaã dos Carajás, no Pará
Atingida pela queda no preço das commodities, a Vale aposta em um novo sistema de transporte de minério de ferro para reduzir seus custos e minimizar o impacto ambiental.
A nova estrutura, planejada para o projeto da mineradora chamado de S11D, em Canaã dos Carajás (Pará), é composta por correias de borracha, escavadeiras e britadores móveis e substituirá o uso de caminhões.
As correias percorrerão até nove quilômetros de distância entre o local da extração e a usina de beneficiamento do produto. Com o transporte, a usina pôde ser planejada para uma área de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás, reduzindo o impacto com o desmatamento.
No total, serão instalados 37 quilômetros de correias transportadoras distribuídas dentro da mina, incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal até a usina de beneficiamento.
Se no S11D fosse adotado o sistema de mineração convencional, em que o minério tem de ser levado da escavadeira até britadores fixos, teriam de ser usados 100 caminhões fora de estrada.
Com a solução, a Vale pretende reduzir em até 77% o consumo de diesel, o que representa uma queda de 50% na emissão de gases de efeito estufa na operação.

Eny Miranda/Vale
Detalhe do transportador longa distância do S11D
Detalhe do transportador longa distância do S11D
BAIXOS CUSTOS
Segundo a mineradora, o S11D é o maior projeto da indústria de minério de ferro e tem como uma de suas vantagens os custos baixos.
"O S11D é um projeto que agrega 90 milhões de toneladas de minério de ferro à produção da Vale. Trata-se de um investimento em que o minério, quando for colocado no porto, vai custar menos de US$ 10 por tonelada", diz o diretor de Implantação de Projetos de Ferrosos Norte, Jamil Sebe.
De acordo com informações divulgadas pela companhia, o custo médio do minério de ferro no porto no terceiro trimestre foi de US$ 12,7, abaixo dos US$ 15,8 do trimestre anterior.
A empresa também incorporou novo processo no setor de beneficiamento.
"Outro investimento é no peneiramento a seco, que beneficia o minério sem utilizar água. O processo, já usado em algumas minas de Carajás, vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra quase 1,7 milhão de metros cúbicos por mês em uma planta a úmido", diz Sebe.
Segundo a Vale, outra vantagem é que o minério extraído será mais puro, com teor de ferro de 66,48%. No mercado, a referência é um teor de 62%. O projeto deve entrar em operação no segundo semestre de 2016.
No terceiro trimestre, a Vale registrou prejuízo de R$ 6,7 bilhões. No trimestre anterior, a empresa havia lucrado R$ 5,14 bilhões.

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