quarta-feira, 3 de dezembro de 2014


Independentemente do decoro, A Onde É deve ser cassado por faltas

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Pela primeira vez na história da Câmara Municipal de Fortaleza, um vereador foi preso em pleno mandato. Permaneceu 40 dias detido, mas a maior vergonha para o povo que elegeu tais representantes é a omissão do Legislativo. Na eleição de Salmito Filho (Pros), ontem, os discursos sinalizavam a necessidade de virar a página e superar o momento crítico. Cuja razão não é só a denúncia envolvendo A Onde É (PTC), ressalte-se. Ele é o símbolo da desmoralização. A crise só será superada se a questão for enfrentada verdadeiramente. Na eleição de 2012, a polêmica envolvia dinheiro do Bolsa Família que era pago à esposa do vereador Leonelzinho Alencar (PTdoB). Esperaram a história esfriar e esqueceram a conversa. A repetição do método deixará o Legislativo sangrando.

O Ministério Público pediu a cassação de A Onde É. A Câmara, até agora, fez que não era com ela. O vereador, na verdade, deve ser cassado independentemente do julgamento se cometeu ou não quebra de decoro. Durante os 40 dias em que ficou preso, obviamente ele não pôde comparecer às sessões. Porém, não estava licenciado, não havia qualquer procedimento de suspensão do mandato. Inclusive, recebeu o salário normal e regiamente.

Foi solto em 5 de novembro. Pretendia voltar à Casa e participar da escolha da nova Mesa Diretora. Foi orientado a permanecer longe e não criar mais constrangimentos. Desde então, são 27 sessões nas quais esteve ausente. Porém, antes mesmo, ele já era figura das mais raras na Câmara. De 10 sessões realizadas em setembro antes da prisão, em 26 daquele mês, ele faltou a nove. De maio a agosto, o parlamentar estava licenciado para tratar de interesse particular – uma forma de abrir espaço para o suplente Robert Burns (PTC), resultado de acordo político. Antes disso, das cinco sessões realizadas nas duas últimas semanas de abril, ele faltou a quatro. Ou seja, desde o fim de abril, alcançou a marca de 40 faltas.

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