sexta-feira, 12 de dezembro de 2014


Ministério Público Federal quer devolulção de quase R$1 bilhão

O MPF denunciou ainda 36 pessoas, investigadas pela Operação Lava Jato, por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás. A maioria é vinculada a empreiteiras
GERALDO BUBNIAK/FOLHAPRESS
Membros do Ministério Público Federal apresentaram ontem cinco denúncias referentes aos contratos da área de abastecimento da Petrobras. Novas denúncias serão feitas nos próximo dias
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Após meses de investigação, 36 pessoas, a maioria vinculada a seis empreiteiras, foram denunciadas ontem pelo Ministério Público Federal. É a primeira acusação contra executivos investigados pela Operação Lava Jato. A partir de agora, executivos ligados às construtoras OAS, Camargo Corrêa, UTC, Mendes Júnior, Engevix e Galvão Engenharia estão acusados formalmente à Justiça, e devem responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Também foram denunciados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, entre outros investigados. Dos 36 denunciados, 22 estão ligados diretamente às empreiteiras.

A procuradoria estima que R$ 286 milhões tenham sido movimentados pelo esquema nos casos analisados até aqui, e vai pedir o ressarcimento de quase R$ 1 bilhão aos denunciados (R$ 971,5 milhões, mais precisamente). Foram 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro contemplados na denúncia.

“Essas pessoas roubaram o orgulho dos brasileiros”, afirmou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que participou da entrevista coletiva em Curitiba.

“O Ministério Público Federal começa a romper com a impunidade de poderosos grupos que têm se articulado contra o interesse do país há muitos anos”, disse o procurador Deltan Dallagnol, que ainda sustentou que há indicativos de que o esquema atinge outras obras públicas.

As cinco denúncias apresentadas nesta quinta-feira à Justiça dizem respeito aos contratos da área de abastecimento da Petrobras. Novas denúncias devem ser apresentadas nos próximos dias.

As empresas são investigadas sob suspeita de participarem de um esquema de fraudes à licitação e desvio de dinheiro público em obras da Petrobras. Porcentagens de 1% a 5% sobre o valor dos contratos seriam repassadas a diretores da estatal e a agentes políticos, com a intermediação de doleiros como Youssef.

Os presos
Hoje, 11 executivos permanecem presos preventivamente na sede da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, responsável pelas investigações. Eles só saem mediante decisão judicial favorável, o que até agora não conseguiram. A maioria deles está detida desde o dia 14 de novembro -quase um mês. As denúncias do MPF foram protocoladas na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, e devem ser apreciadas pelo juiz Sergio Moro, responsável pelo caso.

Caberá a Moro decidir se será aberta ação penal contra os acusados. Em caso de início do processo criminal, os suspeitos passarão à condição de réus. (Folhapress)

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