Marin tenta acordo para cumprir pena em apartamento na 5ª avenida em NY
Ex-presidente da CBF pode ser liberado por Justiça Americana para viver em imóvel de 100m², avaliado em cerca de R$ 10 milhões, na área mais cara de Nova York
Portaria dourada na Trump Tower: apartamento
de luxo espera José Maria Marin em Nova York
(Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)
Se
tudo der certo para José Maria Marin, até o fim desta semana um
porteiro usando luvas brancas lhe abrirá a porta do prédio no qual
passará o resto de seus dias. O ex-presidente da CBF, preso em Zurique
desde 27 de maio, acusado de receber e distribuir propinas de um esquema
de corrupção, será transferido nesta semana para os Estados Unidos.
Assim que chegar, será ouvido na corte do Brooklyn, em Nova York. É
muito provável que, mediante o pagamento de uma fiança milionária,
consiga um acordo que lhe permita cumprir sua pena em prisão domiciliar.
Foi assim com Jeffrey Webb, ex-presidente da Concacaf e também
envolvido no mesmo escândalo.de luxo espera José Maria Marin em Nova York
(Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)
> Algemas de ex-presidente da CBF serão retiradas durante voo para EUA
O domicílio de Marin, no caso, é o apartamento 41D do número 725 da 5ª Avenida, uma das áreas mais caras de Nova York. O apartamento do dirigente é dos mais simples da Trump Tower, o arranha-céu construído pelo bilionário Donald Trump em 1983. Por simples, entenda-se um imóvel de 101 metros quadrados, uma suíte, sala, cozinha, área de serviço e dois lavabos. Marin comprou o imóvel por US$ 900 mil em 1989, um ano depois de ter deixado a presidência da Federação Paulista de Futebol.
Planta do apartamento de Jose Maria Marin na Trump Tower: 101 metros quadrados (Foto: Reprodução)
Fachada moderna do prédio envidraçado na avenida mais tradicional de Nova York (Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)
Uma
unidade semelhante, no 57º andar, foi vendida há dois meses por US$
2,75 milhões (cerca de R$ 10,6 milhões). O apartamento imediatamente
acima do de Marin está para alugar por US$ 9 mil dólares (R$ 35 mil).
Entre condomínio e taxas, o apartamento custa mais US$ 3 mil (R$ 11,5
mil). O prédio comporta imóveis bem mais caros: há um para vender por
US$ 23 milhões e outro para alugar por US$ 50 mil.Sem precisar sair do prédio, Marin terá à sua disposição academia de ginástica, jardim, serviços de camareira e manobrista, cafés, restaurantes, joalheria, lojas de roupas de luxo e artigos esportivos. A Trump Tower é ocupada por escritórios até o 26º andar por escritórios; dali para cima, até o 68º, por apartamentos. No lobby do prédio há duas "Trump Stores", lojas que vendem todo tipo de produto relacionado ao homem que dá nome ao prédio - de livros a perfumes, de toalhas a bolas de tênis.
Loja na Trump Tower: artigos variados com a marca do empresário (Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)
Por US$ 60, por exemplo, pode-se comprar uma gravata com o nome do magnata de 75 anos que tenta se viabilizar como candidato a presidência dos EUA pelo Partido Republicano. Por US$ 100 - uma promoção - pode-se combinar a camisa e a gravata. Essa parte do prédio vive cheia de turistas. Além da portentosa entrada pela 5ª Avenida, há uma entrada lateral exclusiva para os moradores, pela rua 56. Ali, além de uniforme, os porteiros usam luvas brancas.
Trump Tower tem seis estrelas da Academia Americana de Hospitalidade (Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)
Folheto do lançamento do livro de Trump: (Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)
Como
ainda não foi extraditado, Marin não chegará a tempo de presenciar o
lançamento do livro "Crippled America - How to Make America Great Again"
(algo como "EUA Incapacitados - Como fazer os EUA grandes de novo). A
sessão de autógrafos será no lobby do prédio. No material de divulgação
do livro, Trump diz que o segredo é "devolver os EUA a seus verdadeiros
donos, os americanos". Durante sua campanha, o bilionário disse que
construiria um muro no sul dos EUA para evitar a entrada de
"estupradores e traficantes" vindos do México - e que faria o México
pagar por isso.Assim como Donald Trump, José Maria Marin também já deu nome a um prédio - a sede da CBF, construída em sua administração. Mas por pouco tempo. Seu nome foi removido da fachada do prédio um dia depois de sua prisão. Marco Polo Del Nero, o atual presidente da CBF, era vice da gestão anterior e se elegeu por uma chapa chamada "Continuidade Administrativa", que tinha o próprio Marin como vice-presidente e primeiro da linha sucessória.
Na investigação das autoridades americanas, um dirigente com as características de Del Nero ("alto cargo na CBF, na Conmebol e na Fifa) é identificado como receptor de subornos. Desde que seu antecessor foi preso, Marco Polo Del Nero nunca mais deixou o Brasil.
Sede da CBF com o nome do ex-presidente: homenagem retirada logo após prisão na Suíça (Foto: Agência Reuters)
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