segunda-feira, 14 de março de 2016



Sob pressão política 14/03/2016

Protestos crescem e crise no governo Dilma se agrava

Milhões de pessoas sairam às ruas em várias cidades, ontem, para protestar contra o governo e pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em Fortaleza, manifestação lotou o Aterro da Praia de Iracema
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Jéssica Welma jessicawelma@opovo.com.br
Foto: Fábio Lima
Protestos contra o governo e o PT ocuparam um novo espaço em Fortaleza, o Aterro da Praia de Iracema, que ficou lotado a partir do meio da tarde

Num dos momentos mais críticos do governo federal e do PT, a presidente Dilma Rousseff começa uma semana decisiva na tentativa de se manter no poder, apesar da alta temperatura das ruas, demonstrada nos protestos de ontem, e das articulações do PMDB e partidos de oposição, que já discutem cenário pós-Dilma.


Nas ruas do País, predominaram o verde e amarelo, cartazes contra o governo e apoio ao juiz Sérgio Moro. No entanto, o contexto político diferente em relação aos atos anteriores e a maior adesão ao coro pelo impeachment põem em xeque a estratégia de resposta do Governo às ruas.

Centenas de cidades realizaram o quinto grande ato contra o Planalto desde 2015. Em Fortaleza, estimativa da Secretaria da Segurança é de que 35 mil a 40 mil pessoas participaram do protesto no aterro da Praia de Iracema e na avenida Beira-Mar. A organização chegou a falar em 150 mil.

Nos cartazes e gritos, era possível perceber a influência dos últimos acontecimentos. como o cerco ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Operação Lava Jato, a participação explícita de políticos com mandato e o impacto da crise financeira na vida da população.

Se o discurso nas primeiras manifestações se dividia entre temas que iam do “Fora, Cunha” à intervenção militar; desta vez, o impedimento de Dilma e a prisão de Lula eram o foco da insatisfação.

“O governo acabou, não tem mais a menor capacidade de fazer nada”, disse o senador Tasso Jereissati (PSDB) ao chegar à Praia de Iracema, acompanhado de outros tucanos. O PSDB já discute aliança com o PMDB e outras siglas para assumir o governo caso Dilma saia.

“É uma aliança de todos os partidos para encontrar uma solução. Não adianta só o impeachment, tem de ter o dia seguinte, o programa do que fazer para consertar o País”, afirmou o tucano.

Integrante do grupo Consciência Patriótica, que ficou nacionalmente conhecido após a “dança do impeachment”, o estudante Diego Rebouças diz que a primeira mudança evidente em um ano de protestos foi a adesão das pessoas. Para ele, algumas tinham resistência às manifestações. “A ideia que as pessoas tinham das manifestações eram aquelas com gritos, brigas e, se fosse preciso, invasões. A manifestação patriótica tem outra cara e motivou as pessoas a saírem de casa”, ressalta.

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