sábado, 31 de dezembro de 2016


Em depoimento, mulher de embaixador grego nega participação no crime: ‘Não podia evitar’

Françoise, mulher do embaixador da Grécia, não falou com a imprensa
Françoise, mulher do embaixador da Grécia, não falou com a imprensa Foto: Fabiano Rocha
Rafael Soares
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Em meio a uma crise de choro, Françoise de Souza Oliveira, acusada pela polícia de ter tramado o plano para assassinar seu marido, o embaixador grego Kyriakos Amiridis, negou ter participado do crime em depoimento a agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). No relato, Françoise aponta seu amante, o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho como autor do crime e disse que "não tinha culpa" e que "não podia evitar" o crime.
A mulher só delatou o policial após os policiais mostrarem a ela as imagens de câmera de segurança que mostram Sérgio e seu primo, Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, carregando o corpo do diplomata envolto no tapete da sala da casa para a mala do carro. Sérgio, Eduardo e Françoise tiveram suas prisões decretadas pela Justiça nesta sexta-feira pelo crime.

No facebook da mulher do embaixador Françoise Amiridis, embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis
No facebook da mulher do embaixador Françoise Amiridis, embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis
Em seu depoimento, a mulher também revelou que conheceu o PM há seis meses e mantém um relacionamento com ele desde então. O policial tinha livre acesso à casa do casal em Nova Iguaçu e permanecia no local até enquanto o embaixador dormia. Segundo Françoise, sua relação com o embaixador causava um desconforto em Sérgio — o que teria motivado o assassinato.
Françoise também contou aos agentes que era constantemente agredida pelo marido, que, segundo ela, estava sempre bêbado. O amante da mulher alegou, também em depoimento, que foi uma dessas brigas entre Françoise e Kyriacos que o levou ao local do crime na noite de segunda-feira. Sérgio teria ido tirar satisfações com o embaixador, segundo seu relato.

A imagem que desesperou Françoise
A imagem que desesperou Françoise
O depoimento que levou a polícia a concluir que Françoise foi a responsável por tramar o assassinato foi o de Eduardo Tedeschi, primo do policial. Ele, que ajudou Sérgio a levar o corpo do embaixador para o carro, afirmou que a mulher teria oferecido R$ 80 mil para que ele participasse do plano. O dinheiro só seria dado a Eduardo um mês depois do crime.
— O primo disse que Sérgio e Françoise ofereceram R$ 80 mil para que o crime fosse realizado. Foi ele quem a levou ao cenário do crime. Por isso, pedimos a prisão dos três — disse o delegado Evaristo Pontes.

O policial e a mala do carro aberto

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