Beira-Mar é condenado a 120 anos de prisão por morte de quatro rivais em Bangu 1
Traficante foi considerado culpado por participação nos assassinatos de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, e de mais três bandidos de uma outra facção criminosa durante rebelião
Com as novas condenações, Beira-Mar
soma 309 anos e dois meses de pena no Rio e em pelo menos mais três
estados, segundo o Tribunal de Justiça do Rio (TJ). Visivelmente
ansioso, Fernandinho Beira-Mar balançava freneticamente as duas pernas
enquanto ouvia a fundamentação da sentença pelo juiz Fábio Uchoa, à
1h30. Após o fim da leitura e de questionar diretamente por cinco
minutos o magistrado pela sentença, o traficante foi levado de
helicóptero para o Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do
Governador. De lá, o bandido seguiu em um avião da Polícia Federal para o
Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia, onde cumpre pena.
Na fundamentação de sua sentença,
lida de pé, a cerca de dois metros e de frente para Beira-Mar, o juiz
Fábio Uchoa classificou o traficante como "indivíduo da maior nocividade
social que se pode imaginar de um ser humano, pois nunca trabalhou
licitamente, pois confessadamente admitiu hoje em seu interrogatório ser
traficante de drogas, tendo adquirido fazendas de gado e se qualificado
cinicamente como pecuarista", leu o magistrado.
Sobre as morte de Uê e dos comparsas Carlos
Alberto da Costa, o Robertinho do Adeus, Wanderlei Soares, o Orelha, e
Elpídio Rodrigues Sabino, o Pidi, em 11 de setembro de 2002, Fábio Uchoa
realçou que a periculosidade de Beira-Mar "salta os olhos" e ressaltou a
posição de comando do traficante durante a rebelião.
“Na presente empreitada criminosa, o
réu agiu com intensa culpabilidade, na medida em que exercia uma posição
de notório comando junto à famigerada facção criminosa denominada
Comando Vermelho e, após a execução das vítimas, dirigiu-se até elas
para obviamente conferir a execução das vítimas e nesse momento
selecionando e poupando ao seu bel prazer, as vidas dos demais
sobreviventes da quadrilha rival, denominada ADA – Amigos dos Amigos”.
Das dez testemunhas arroladas pela acusação e
defesa, apenas o traficante Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila
Vintém, prestou depoimento ao júri. Na época da rebelião em Bangu 1, o
bandido liderava a ADA, rival do CV, comandado por Fernandinho
Beira-Mar. No julgamento, Celsinho alegou que, no dia do crime, tentou
se proteger do ataque dos presos e não viu Beira-Mar participando da
invasão.
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