terça-feira, 19 de maio de 2015


Levy é cercado por manifestantes ao chegar ao Ministério da Fazenda

Durante cerca de 20 minutos, ministro foi impedido de entrar no prédio.
Grupo ligado a entidade de trabalhadores rurais pede melhorias no campo.

Luciana Amaral Do G1 DF
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi cercado por manifestantes ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar ao chegar ao prédio do ministério na manhã desta terça-feira (19). Ele foi impedido por cerca de 20 minutos de entrar no ministério. Durante a confusão, mais um vidro do edifício foi quebrado – outros haviam sido estilhaçados mais cedo.
Os manifestantes reivindicam melhorias para o meio rural, como a implantação de programas de incentivo para mulheres e jovens do campo e garantia de água para consumo e produção de alimentos. O grupo invadiu o prédio no início da manhã. Eles quebraram vidros do térreo, subiram a vários andares e colocaram faixas nas janelas.
Em protesto, agricultores familiares invadem o Ministério da Fazenda (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Manifestantes em frente a vidraças quebradas do
Ministério da Fazenda (Foto: Reprodução/TV Globo)
O ministro passou a maior parte do tempo em silêncio, mas chegou a dizer a manifestantes que as reivindicações deveriam ser tratadas com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Levy afirmou que poderia conversar com o grupo, mas teria de ter uma orientação a respeito da Presidência da República.

Depois de entrar no prédio, ele se reuniu com funcionários do ministério e com um pequeno grupo de manifestantes. O teor da conversa não havia sido divulgado até a publicação desta reportagem.

Os manifestantes começaram a deixar o local após representantes do grupo serem recebidos pelo ministro. Uma reunião foi marcada para as 11h30 no Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o ministro da pasta, Patrus Ananias, e Levy.

Invasão
Os manifestantes já haviam impedido a entrada de funcionários do ministério no início da manhã. no início da manhã. A entrada dos servidores foi impedida. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar acompanharam o protesto. A estimativa da corporação era de que h ouvesse 500 pessoas no local.

O coordenador da federação, Marcos Rochinski, afirmou que o prédio só seria desocupado depois que houvesse alguma resposta ou negociação com o governo. "Ontem nós queríamos chamar a atenção para a nossa pauta. Estamos negociando há vários dias e não temos encontrado respostas do governo em questão orçamentária."

"O Ministério da Fazenda é o centro de tudo isso. Desde a semana passada temos a expectativa de sermos recebidos pela presidente, mas a agenda tem sido prorrogada e sem nenhuma posição mais concreta, então vamos forçar essa negociação com o governo", completou.

A secretária-geral da federação, Josana Lima, estima que 1,5 mil agricultores estejam ocupando todos os andares do prédio. O coordenador de Juventude do movimento, Alri Junior, disse que o ato é uma forma de dar um recado para o governo federal. "Esse corte fiscal baixar pode atingir a agricultura familiar, que precisa permanecer no campo para produzir cada vez mais alimentos para esse país (sic)", declarou.

Manifestantes colocam faixas em janelas do Ministério da Fazenda durante protesto por melhorias no campo (Foto: Isabella Calzolari/G1)Manifestantes colocam faixas em janelas do Ministério da Fazenda durante protesto por melhorias no campo (Foto: Isabella Calzolari/G1)
Segundo ele, os trabalhadores que ocuparam o prédio não têm a intenção de depredar o patrimônio. "Não estamos aqui para depredar o patrimônio público. Queremos zelar pelos direitos dos trabalhadores", afirmou.

Funcionário do ministério, o garçom Rafael Alves contou que chegou para trabalhar às 6h30 e se surpreendeu com a invasão. "Quando cheguei, o prédio estava invadido. Quebraram o vidro da entrada com uma marreta, uma zona."

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Agricultores familiares em protesto em frente ao Ministério da Fazenda (Foto: Isabella Calzolari/G1)Agricultores familiares em protesto em frente ao Ministério da Fazenda (Foto: Isabella Calzolari/G1)
Ele afirmou que os funcionários não foram avisados da ocupação. "Chegamos aqui e fomos pegos de surpresa. Estamos aguardando [do lado de] fora para ver o que vai acontecer.”
Protesto anterior
A atividade integra a 11ª Jornada de Lutas, que termina na quarta. O grupo é o mesmo que bloqueou por quatro horas as BRs 020, 060 e 080 nesta segunda (18). Eles queimaram pneus para impedir a passagem de veículos e interditaram os dois sentidos das rodovias, que dão acesso a Brasília.

Na BR-020, na altura de Formosa (GO), o congestionamento chegou a cinco quilômetros nesta segunda (18). Havia cem pessoas no protesto, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. A corporação não tinha dados sobre a lentidão e a quantidade de participantes nos outros pontos de bloqueio.

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