segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016


Cerco a Lula tende a radicalizar mais debate político

Dilma discute com ministros criticar Lava Jato com maior ênfase
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
De imediato, as investigações sobre o ex-presidente Lula tendem a provocar maior radicalização do debate político entre governo e oposição. Lula é o maior líder do campo governista. Tem mais peso do que a presidente Dilma Rousseff.
Esse clima de radicalização deverá ser visto no reinício dos trabalhos do Congresso já nesta semana, mas provavelmente com maior intensidade após o Carnaval.
Outro efeito imediato das investigações é um dano ao cacife eleitoral do ex-presidente. Para medir com maior exatidão esse prejuízo, será preciso ver ao longo das próximas semanas e meses a consistência das investigações e das respostas do ex-presidente.
Mesmo que esteja sob fogo cerrado, Lula ainda é o nome petista mais forte para concorrer em 2018. No fim de semana, Lula apresentou documentos para mostrar que não é proprietário de um apartamento no Guarujá.
A suspeita dos investigadores do Ministério Público paulista e da força-tarefa em Curitiba é de que o imóvel poderia ter sido usado para repasse de propina pela OAS ao ex-presidente. Lula nega.
Tem renda para adquirir o bem, afirmou que chegou a visitar o apartamento e desistiu de comprá-lo, incluindo na negociação o preço de uma reforma, depois que a imprensa quebrou a privacidade da família ao falar do imóvel. Os investigadores estão empenhados em demonstrar o contrário.
Em relação a um sítio usado por Lula em Atibaia (SP), a “Folha de S.Paulo” noticiou a compra de um barco de 4 mil reais pela esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, que foi entregue no imóvel. Será preciso mais do que isso para acusar o ex-presidente de ser o dono do sítio.

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