Usiminas demitirá 1,8 mil funcionários na unidade de Cubatão
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Redução da capacidade produtiva vai desativar algumas áreas da usina, que foi prejudicada pela redução do consumo de aço
A unidade
da Usiminas em Cubatão, na Baixada Santista, em São Paulo, informou que
vai demitir 1,8 mil funcionários, entre metalúrgicos e engenheiros, até o
final deste mês. Segundo a empresa, a redução da capacidade produtiva
da usina vai desativar algumas áreas da unidade, que foi prejudicada
pela redução do consumo de aço no país. Houve queda 16,7% em 2015 em
relação a 2014.
O presidente do Sindicato dos Siderúrgicos e
Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Resende de Sá, estima que 7
mil empregos indiretos, de empresas terceirizadas, também sejam
afetados. Segundo Florêncio, desde o dia 19 de janeiro, 800 empregados
diretos da Usiminas foram dispensados, dos quais 750 eram operadores e
50, engenheiros. “E algumas empresas terceirizadas, com 600 e com 800
funcionários, já fecharam em novembro”, disse ele.O sindicato estima que 53 empresas terceirizadas na região de Cubatão serão prejudicadas. Para Florêncio, apenas quatro ou cinco empresas poderão resistir ao fechamento parcial da Usiminas, reduzindo o número de empregados para 15% do total atual. “O número de demitidos em toda a região pode chegar a algo entre 23 mil e 30 mil trabalhadores – eram mais de 100 as empresas que trabalhavam em função da Usiminas, quando falamos do setor de serviços, de comércio, que serão apertados de alguma forma.”
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De acordo com a Usiminas, serão oferecidos aos
demitidos benefícios extras como manutenção dos planos de saúde e
odontológico por três a seis meses, auxílio-alimentação por quatro meses
ou retorno de férias correspondente a 20 dias de trabalho, contribuição
previdenciária por três meses, seguro de vida por quatro meses e
prioridade na recontratação em caso de reativação dos equipamentos.
A
empresa informou ainda que vai redirecionar cerca de 300 empregados
para outras atividades na usina evitando esses desligamentos. “Estão
sendo priorizados empregados que têm alguma renda, como aposentados e
trabalhadores já em condições de se aposentar. Os desligamentos seguem o
cronograma de desativação dos equipamentos”, informou a Usiminas.
Crise na siderurgiaA Usiminas classifica o momento de difícil e considera a crise a mais grave da história do setor siderúrgico. “A entidade, que congrega as principais usinas produtoras, contabilizou uma queda de 16,7% no consumo de aço em 2015 em relação a 2014, que por sua vez já havia sido 6,8% menor do que o de 2013. O mercado externo não tem se mostrado vantajoso, pois há um excesso de capacidade produtiva da ordem de 700 milhões de toneladas no mundo, o que tem depreciado os preços internacionais. Para manter a competitividade nesse contexto, não restou à Usiminas outra alternativa senão ajustar a sua capacidade produtiva”, diz a empresa.
A prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, mostrou preocupação com as consequências que a redução das atividades da Usiminas podem gerar na cidade. "Queremos negociar saídas para reverter a crise. Cubatão não pode virar deserto", afirmou Marcia Rosa, durante protesto pela manutenção da Usiminas, realizado em Janeiro.
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