quarta-feira, 13 de abril de 2016


Debandada de partidos amplia o isolamento de Dilma

PP deixa governo e causa efeito cascata; PMDB deve votar em peso por afastamento


Fora do barco. Deputados do PP comemoram a decisão tomado por ampla maioria do partido de deixar o governo Dilma: sigla era tida como maior esperança do governo para conseguir barrar o impeachment no plenário da Câmara
Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo / 12-4-2016
Fora do barco. Deputados do PP comemoram a decisão tomado por ampla maioria do partido de deixar o governo Dilma: sigla era tida como maior esperança do governo para conseguir barrar o impeachment no plenário da Câmara - Givaldo Barbosa / Agência O Globo / 12-4-2016
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BRASÍLIA — A debandada de partidos da base aliada, que terá peso decisivo na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo, ganhou nova dimensão na terça-feira com o desembarque do PP, que tem 47 deputados e havia se tornado a maior legenda aliada desde que o PMDB rompeu com o Palácio do Planalto. A decisão já começou a influenciar outros partidos que se encontravam divididos a respeito do impeachment, provocando um “efeito cascata”: o PRB, com bancada de 22 deputados, fechou posição a favor do afastamento da presidente; e o PR deve liberar a bancada de 40 deputados para votarem como quiserem.
A tendência é que haja impacto também sobre votos no PMDB, que até terça-feira contabilizava 26 indecisos entre os 66 deputados da bancada. Mesmo os peemedebistas mais alinhados ao governo passaram a admitir que, com a decisão do PP, parte desses votos deve se transformar, nos próximos dias, em apoio ao impeachment. Nas contas de um peemedebista desta ala, os votos pró-impeachment podem chegar a 60.
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No Palácio do Planalto, a notícia do desembarque do PP e do PRB provocou desânimo. A ordem é continuar investindo no corpo a corpo com os deputados para conseguir votos individuais e evitar que a oposição alcance os 342 necessários para aprovar o processo. Segundo um integrante do governo, no entanto, a presidente ainda conta com votos de um núcleo duro em alguns partidos aliados. Essa conta é feita com base num cruzamento do mapa de votações, fluxo de demandas atendidas e uma análise de comportamento de cada parlamentar.

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