terça-feira, 21 de junho de 2016


Agenda apreendida na Lava Jato revela encontros do dono da OAS com Lula

Por Estadão Conteúdo |

Empreiteiro Léo Pinheiro também se encontrou com assessor de Dilma, Paulo Skaf e o tucano Jutahy Júnior, aponta agenda; detalhes sobre as reuniões podem pesar em acordo de delação

Estadão Conteúdo
Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS – 2ª construtora a ter sua cúpula condenada na Lava Jato
Rafael Arbex/Estadão Conteúdo - 15.5.15
Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS – 2ª construtora a ter sua cúpula condenada na Lava Jato
A Operação Lava Jato apreendeu na casa de um funcionário da OAS uma agenda com o registro das reuniões, almoços e jantares com políticos, do presidente da empreiteira, José Aldemário Pinheiro o Léo Pinheiro, logo após a deflagração da Operação Lava Jato. São encontros, a maior parte deles em hotéis de Brasília, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho e com o ex-assessor da presidente Dilma Rousseff Charles Capela de Abreu – todos investigados pela Procuradoria da República.
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A agenda foi encontrada em 14 de abril, nas buscas que tinham como alvo o funcionário da OAS Marcos Paulo Ramalho, secretário de Léo Pinheiro. Nas anotações, há registros ainda de encontros com parlamentares como Rodrigo Maia e Jutahy Magalhães 0 alvos de pedidos de investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Skaf, Lorenzoni e Índio da Costa
Listado pela Polícia Federal entre os itens recolhidos nas buscas da Operação Vitória de Pirro – em que Léo Pinheiro é acusado de se associar ao ex-senador Gim Argello para comprar parlamentares da CPI das Petrobras, em 2014 –, o caderno preto com o nome da OAS em relevo na capa guarda ainda os registros de encontros com outros políticos, como Onix Lorenzoni, Índio da Costa e Paulo Skaf – presidente da Fiesp e candidato derrotado ao governo de São Paulo pelo PMDB, em 2014.
Preso em 14 de novembro, alvo da 7ª fase batizada de Operação Juízo Final e condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, Léo Pinheiro negocia com a força-tarefa da Lava Jato um acordo de delação premiada, em busca de redução de pena. Sua rotina de encontros com políticos poderosos faz parte dos itens que a Procuradoria quer que o empresário detalhe.
As anotações do secretário de Léo Pinheiro surgiram após ele ser mandado para casa para cumprir prisão cautelar, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns dos nomes registrados são alvos de inquéritos ou pedido de investigação feitos pela PGR.
Na mesma agenda estão os encontros de Léo Pinheiro, a maioria em abril e maio de 2014, com outros presos da operação, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o lobista Julio Gerin Camargo, delator dos processos. Ele confessou ter atuado em parceria com Léo Pinheiro para blindar empreiteiras na CPI da Petrobras.
Deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) diz que encontro com Léo Pinheiro foi para pedir doação
Fotos Públicas
Deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) diz que encontro com Léo Pinheiro foi para pedir doação
PSDB
Há ainda nomes que não havia sido citados, de partidos como o PSDB. O deputado federal Jutahy Júnior (PSDB-BA) é um dos que integra a lista.
Jutahy afirmou que o encontro foi agendado a seu pedido. "Esteve comigo, da mesma forma que esteve comigo em 2010 e 2012."

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