Imóveis lançados em 2014 podem ser ainda mais compactos
Comitê acadêmico especializado em mercado imobiliário divulga suas perspectivas para os preços e características dos lançamentos de imóveis no ano que vem
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São Paulo – Em 2014, a alta nos reços dos lançamentos residenciais deve se manter no mesmo ritmo deste ano, e os apartamentos lançados podem ficar ainda mais compactos nos grandes centros urbanos. Esta é a visão do Comitê de Mercado, formado por professores e pesquisadores do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (NRE-Poli-USP), e de empresários e executivos do mercado imobiliário
As conclusões do Comitê e as ideias dos profissionais que atuam no mercado de lançamentos imobiliários residenciais foram reunidas em um documento que traz as perspectivas para esse mercado em 2014. No geral, a visão dos empresários e executivos está em linha com a visão do Comitê. Veja a seguir quais as principais perspectivas para os lançamentos deimóveis residenciais no ano que vem, de acordo com o documento:
1 Os preços dos imóveis lançados estão caindo em algumas capitais
Segundo o Comitê, há evidências de quedas de preço em capitais com estoques de imóveis muito altos em relação à demanda orgânica, como Manaus e Salvador. Em algumas dessas cidades onde os preços caem, há um fator adicional para isso: algumas construtoras estão abandonando esses mercados e liquidando estoques. É o que ocorre em Brasília, Vitória e algumas cidades do Centro-Oeste.
2 Imóveis lançados em 2014 devem manter o mesmo perfil em cada cidade, mas podem ficar ainda menores nas capitais e cidades de maior destaque
Para 97% dos consultados e também para o Comitê, os tipos de imóveis prevalentes em cada área urbana devem permanecer os mesmos em 2014, com eventual redução das áreas privativas das unidades. No entanto, segundo o relatório, o Comitê acentua que esse modelo de reduzir a área das unidades para fazê-las caber no bolso dos compradores pode estar se esgotando.
3 Cidades-satélites e cidades-dormitórios devem continuar abrigando os lançamentos maiores e mais confortáveis
Nas cidades que ficam em torno dos grandes centros, portanto, deve continuar o movimento de lançamentos de imóveis maiores e a demanda aquecida de pessoas que trocam a moradia perto do trabalho por moradias mais confortáveis, como é o exemplo de Guarulhos, em São Paulo.
Compactos
10 quitinetes e imóveis de até 40 m² na faixa de R$ 1 milhão
Imóveis com áreas reduzidas em bairros valorizados do Rio de Janeiro e de São Paulo são vendidos por preços que impressionam; confira alguns deles
Compactos e valiosos
Stock.xchng / vikush
São Paulo – Diversas pesquisas mostram que os valores dos imóveis subiram bastante nos últimos anos, mas nada melhor do que olhar alguns exemplos para verificar isso na prática. Nesta galeria estão reunidos 10 imóveis de menos de 40 m² - quitinetes e apartamentos de um dormitório -, à venda em classificados online por cerca de 1 milhão de reais.
Em outras palavras, comprar um imóvel desses seria o equivalente a comprar 33 carros de 30 mil reais por um espaço que mede nada menos do que a metade da pequena área de um campo de futebol, que segundo os padõres Fifa, tem 100 m².
Razoável ou não, a principal justificativa para tais valores é a localização. Alguns dos imóveis listados têm vista para o mar e se concentram em bairros como Ipanema, Copacabana, Leblon, no Rio de Janeiro, e Vila Olímpia, em São Paulo, algumas das regiões mais valorizadas do país.
Além da localização, a tipologia do imóvel também contribui para os altos preços. “O imóvel pequeno tende a ser mais valorizado por ter menor custo de manutenção e mais compradores interessados, já que a tendência é de que as famílias sejam pequenas e que as pessoas morem sozinhas”, explica Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Mas, vale a pena pagar tão caro por uma localização? Dana diz que a princípio a ideia parece absurda, mas afirma que a resposta pode ser obtida a partir da comparação do preço do imóvel com o seu aluguel. "Com o investimento mais 'bobinho', é possível ganhar 0,5% ao mês. Se o imóvel vale 1 milhão de reais, 0,5% equivale a 5 mil reais. Se o aluguel for maior que isso, o que eu acho difícil para imóveis desse tamanho, vale a pena, mas se não for, é preferível aplicar o dinheiro no banco e pegar o rendimento", diz.
E essa conta não vale apenas para quem está pensando em comprar um imóvel para investir. “Mesmo quem considera comprar o imóvel para morar, se ele custa 1 milhão de reais e tem um aluguel de 5 mil reais é só dividir 5 mil por 30 dias, dá quase 200 reais. Com esse valor compensa mais pagar a diária de um hotel e não pagar nem condomínio nem IPTU”, afirma Dana.
Ele acrescenta que quando o imóvel é muito pequeno os compradores se esquecem de pensar no valor do metro quadrado. O preço do metro quadrado de um imóvel de 1 milhão de reais com 40 m², por exemplo, é de 25 mil reais, com o mesmo valor de metro quadrado uma casa de 150 m² custaria 3.750.000 reais. “A localização não justifica um valor tão alto do ponto de vista financeiro, seja para morar ou alugar. Mas, se comprar um imóvel desses é um sonho, tudo bem, mas aí é como comprar uma calça no shopping", conclui o professor da FGV.
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