quarta-feira, 12 de março de 2014


“Carta ao Prefeito”: opinião de empresário acerca de obras na Praça Portugal chama atenção no Facebook

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Dentre as diversas opiniões sobre a polêmicas das obras da Praça Portugal, uma chamou atenção nesta terça-feira (11). O empresário e ativista Bosco Couto publicou em sua página do Facebook seu posicionamento e intitulou como “Carta ao Prefeito”, se referindo a Roberto Cláudio.
Confira a mensagem na íntegra:
Cartinha ao Prefeito Roberto
Caro Sr. Roberto, apresente outras desculpas para justificar a destruição da Praça Portugal, mas não a mate duas vezes. Dizer que a “Praça” não é praça é um insulto a nossa cidade e a inteligência das pessoas.
Dizer que ela não é praça por que é pouco frequentada “Você não vê ninguém sentado, tomando um suco, comendo um sanduíche ou simplesmente refletindo” é um absurdo, rodei Fortaleza e na maioria das praças não tem ninguém sentado, tomando suco, comendo sanduíche ou simplesmente refletindo, pelo simples fato de as praças estarem destruídas, inseguras, pouco iluminadas e abandonadas. Por este critério, caro Roberto, quase nenhuma praça de Fortaleza seria chamada de praça, talvez fossem chamadas de depósito de lixo, criador de mosquito, dentre outras denominações.
Dizer que a praça não é praça por ter “apenas 45 anos” é outro absurdo, não é pela idade que se classifica um logradouro, ele não é promovido por tempo de vida. E a Praça Portugal, caro Roberto, foi fundada em maio de 1947, ou seja, tem 66 anos. Como Fortaleza oficialmente tem 287 anos, a Praça “sem valor histórico” tem quase um quarto de vida da cidade de Fortaleza.
No mesmo ano que a Praça foi fundada, outros fatos “históricos” aconteceram, como por exemplo:
1947 – maio – 12 – Instala-se, em Fortaleza, a Faculdade de Medicina do Ceará.
1947 – maio – 19 – Circula o último bonde elétrico em Fortaleza.
1947 – maio – 23 – Instala-se em Fortaleza a Ceará Gás Butano, sociedade chefiada pelo comerciante Waldemar Gomes Freire (Mazine) e que se destina à venda de fogões abastecidos por aquele tipo de gás.
O escritório ficava na Rua Pedro Borges nº 203, olhando para a Praça do Ferreira.
Depois foi vendida para Edson Queirós, que em 1957 a transformou em Norte Gás Butano.
1947 – maio – 27 – Inaugurada a Praça Portugal, na Aldeota, no cruzamento da Avenida Dom Luís com Avenida Desembargador Moreira.
1947 – junho – 08 – Fundação da Faculdade Católica de Filosofia do Ceará, sob os auspícios da Congregação dos Maristas, sendo dirigida pelo irmão Paulo Anísio Mosca de Carvalho.
Iniciou suas atividades no dia 12, no prédio do Colégio Cearense, na Avenida Duque de Caxias nº 101 (hoje nº 31).
Depois passou para a Universidade Estadual do Ceará UECE.
1947 – junho – 12 – A Faculdade Católica de Filosofia do Ceará inicia suas atividades didáticas.
1947 – junho – 23 – A Assembléia Legislativa promulga a nova Carta Constitucional do Estado do Ceará.O decreto lei nº 2.074 considerou feriado esse dia, pela importância histórica e política.
Nossa nova Constituição foi a primeira após a ditadura de Vargas e também a primeira de pós-guerra. Voltaram os antigos símbolos, estaduais e municipais, como as bandeiras, armas, escudos e hinos. A nova Constituição altera o nome do Tribunal de Apelação, adotado desde a Constituição Federal de 1937, para Tribunal de Justiça.
1947 – agosto – 01 – O prefeito de Fortaleza foi autorizado pelo Decreto-lei municipal nº 212 desta data, a desapropriar o Palacete Iracema, do Clube Iracema, na Rua General Bezerril n 751, na Praça dos Voluntários, para servir de sede à Prefeitura Municipal de Fortaleza.
1947 – setembro – 06 – Inaugurado o primeiro prédio residencial de apartamentos de Fortaleza, o Edifício Beliza, no primeiro quarteirão da Rua Assunção (depois Edgar Borges), construído pela Imobiliária José Gentil S.A.
1947 – outubro – 24 – Inaugurada em Fortaleza a Livraria Melhoramentos, de propriedade de Clóvis Rolim da Nóbrega, em prédio na Rua Major Facundo nº 716, em solenidade oficiada pelo padre Expedito Eduardo de Oliveira (Expedito de Oliveira).
Fonte:Cronologia Ilustrada de FORTALEZA – Nirez
Caro Roberto, em uma cidade com poucas referências históricas preservadas, quase sem referências arquitetônicas, pobre em museus, teatros, praças, bibliotecas, parques e outros equipamentos de suma importância para a identidade de uma cidade, o senhor deveria, como prefeito, ser o primeiro a estimular, investir e preservar o pouco que nos resta de memória e patrimônio cultural.
Se o Sr. está realmente preocupado com a mobilidade daquela região, não permita que novos prédios comerciais sejam erguidos no entorno da praça, o impacto de centenas de salas comerciais em uma área tão pequena é uma das principais causas do caos no trânsito de nossa cidade, difícil né, pois os terrenos já foram comprados, os interesses econômicos são grandes, enfim. Outra medida bem interessante é proibir o estacionamento nas calçadas das principais avenidas, assim o trânsito fluiria mais rápido, se quiser mais uma sugestão, reforme as calçadas, melhore a iluminação, plante mais árvores, enfim, quanto mais pessoas andando, menos carros nas ruas. Tem outras medidas que o Sr. poderia fazer antes de destruir uma praça da cidade e colocar no lugar um cruzamento de avenidas.
Meu apelo final Sr. Roberto é que no lugar de destruir a praça, ela seja ampliada. Faça diferente, seja ousado. Feche todo o entorno da praça somente para o uso de pedestres, faça daquele quadrilátero uma grande praça, verde, bonita e segura, desta forma os prédios comerciais estariam interligados entre si, as pessoas teriam uma enorme área de convivência, talvez a maior da cidade, e a praça seria preservada. Desvie o trânsito, descentralize o fluxo de carros daquele ponto, use a Padre Antônio Tomás e as ruas paralelas, Seja ousado, seja diferente, se quiser, o Sr. consegue.

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