Odebrecht e Andrade Gutierrez terão de ressarcir mais de R$ 7 bi, diz MPF
Presidentes das 2 empresas foram denunciados pelo MPF na sexta (24).
Empresas são acusadas de participar de esquema de fraudes na Petrobras.
Adriana Justi e Marcelo Rocha
Do G1 PR e da RPC TV
A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra executivos da construtora Odebrecht e da Andrade Gutierrez,
na sexta-feira (24), aponta que as duas empresas terão de ressarcir
mais de R$ 7 bilhões aos cofres públicos. Desse total, R$ 486.468.755,21
são referentes à Andrade Gutierrez e R$ 6.766.022.202,30 referem-se à
Odebrecht. As empresas são as duas maiores construtoras do Brasil.
Ao todo, 22 pessoas foram denunciadas.
Na lista aparecem ainda os nomes do doleiro Alberto Youssef, do
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, do
ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e do ex-gerente de
Serviços Pedro Barusco.
De acordo com o MPF e a Polícia Federal, a Odebrecht e a Andrade
Gutierrez agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e
fraudes de licitações da Petrobras.
Elas formavam um cartel, obtendo preços favoráveis e, com isso, lucros
extraordinários. Parte desse lucro excedente era usada para pagar
propina a agentes públicos e partidos políticos, conforme os
procuradores.
A denúncia também aponta que as duas empresas pagaram mais de R$ 600
milhões em proprina em onze contratos que firmaram com a Petrobras.
Do montante total devido pela Odebrecht, R$ 5.987.800.000,00 referem-se aos danos causados por contratos com a Braskem na compra de nafta, um produto essencial para fazer plástico, segundo a denúncia.
A Braskem é uma empresa petroquímica do Grupo Odebrecht que atua em participação com a Petrobras.
Nesta transação, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que
cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, teria recebido propinas de
R$ 5 milhões por ano. Parte desse dinheiro era direcionada ao
ex-deputado José Janene (PP), já falecido, e posteriormente ao próprio
Partido Progressista, afirmou o procurador Deltan Dallagnol.
Desde o início da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, R$
840 milhões já foram recuperados, segundo Dallagnol. Além desse valor,
mais de R$ 2 bilhões estão bloqueados em contas no Brasil e no exterior.
Lista dos denunciados por processo
Odebrecht
- Alberto Youssef, doleiro
- Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, ex-diretor da Odebrecht
- Bernardo Schiller Freiburghaus, suspeito de lavar dinheiro de propina da Odebrecht
- Celso Araripe d’Oliveira, funcionário da Petrobras
- Cesar Ramos Rocha, ex-diretor da Odebrecht
- Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empreiteira Freitas Filho Construções Limitada
- Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da Odebrecht S.A.
- Márcio Faria da Silva, ex-diretor da Odebrecht
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
- Paulo Sérgio Boghossian, ex-diretor da Odebrecht
- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras
- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
- Rogério Santos de Araújo, ex-diretor da Odebrecht
Andrade Gutierrez
- Alberto Youssef, doleiro
- Antônio Pedro Campello de Souza Dias, ex-diretor da Andrade Gutierrez
- Armando Furlan Júnior, sócio de Fernando Soares
- Elton Negrão de Azevedo Júnior, diretor-executivo da Andrade Gutierrez
- Fernando Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano
- Flávio Gomes Machado Filho, filho de Mário Góes e suspeito de operar propina
- Lucélio Roberto von Lechten Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht
- Mario Frederico Mendonça Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht
- Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras
- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
- Rogério Santos de Araújo, ex-diretor da Odebrecht