Congresso reage à operação da PF entre o medo e a perplexidade
Clima entre os investigados pelo Supremo é de apreensão
— Eu estava saindo para o pilates e dei de cara com uma tropa de ninjas indo para a casa do Collor. Um baixo-astral! — contou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Collor usa o apartamento funcional no prédio, mas não estava ali. Dormia com a mulher na Casa da Dinda, mansão no Lago Norte. Ainda estava de pijama quando a PF chegou. Collor ficou indignado. Mais tarde, relatou a colegas que os agentes levaram até cópia de seu testamento.
Collor disse que mostrou notas fiscais dos carros e do Imposto de Renda, mas que o policial fez um telefonema e recebeu a ordem de “levar tudo”. Um agente filmava toda a operação na Casa da Dinda. No apartamento do Senado, como Collor não estava, a porta foi aberta com a ajuda de um chaveiro.
Apesar de o assunto ser o principal tema do dia, nenhum partido saiu em defesa de Collor ou fez discurso contra ação policial.
Na Câmara, onde, ao todo, 22 deputados respondem a inquéritos, o assunto estava nas rodas de conversa. Não houve discursos na tribuna, mas o clima entre os envolvidos no escândalo era de receio e perplexidade. Nas conversas com O GLOBO, alguns desses deputados, na condição de anonimato, criticaram s decisões dos ministros do STF que autorizaram as buscas. Os que concordaram em dar alguma declaração, a fizeram com cautela. O primeiro vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), investigado no STF, foi econômico:
Nenhum comentário:
Postar um comentário