sábado, 23 de novembro de 2013


Campanha alerta para câncer infantojuvenil

O diagnóstico precoce de cânceres em crianças e adolescentes é o foco da campanha "Novembro Dourado". Ele faz as chances de cura chegarem a 80%. Sem ele, as possibilidades despencam a 30%r
EDIMAR SOARES
O 23 de novembro marca a campanha "Novembro Dourado", celebrando o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil
O tempo correu diferente para a tia-mãe e a garotinha que adora assistir a “um monte de coisa” na tevê. Foram dez meses arrastados na lonjura de casa. No internato hospitalar de 90 dias. No locomover sobre uma cadeira de rodas por quatro semanas. No passo ditado pelo câncer da pequena. Foi o medo do desconhecido confrontado com um diagnóstico precoce cada vez mais comum nos casos de crianças e adolescentes. Mas que precisa avançar.

Uma precocidade crucial para Maria Luana Linhares, 6, tomar menos drogas, conter o rabdomiossarcoma e, hoje, poder brincar com sua coleção de bonecas. Para a vida ter nela tempo similar ao dos coleguinhas sadios. Porque o câncer é uma forma de espera. “Apareceu um carocinho no canto da boca. Parecia uma afta. Levamos a três médicos. Curaram por dentro, mas o caroço continuou fora. E foi crescendo. Aí, apareceram dois nódulos na garganta. Ela já ‘tava’ com uma manchinha no pulmão. Se não tivessem diagnosticado cedo, teria piorado”, lembra a tia-mãe Tainá Linhares, 19.

Diante do prognóstico do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de 2013 fechar com 11.530 novos casos de cânceres em crianças e adolescentes no Brasil, a demora no diagnóstico precisa ser evitada com pais atentos a sintomas (ver quadro) e em busca imediata de ajuda especializada.

É esse o foco da primeira campanha “Novembro Dourado”, que tem hoje o seu dia D em referência ao Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, instituído em 23 de novembro por lei federal. “O diagnóstico precoce significa que o tumor não vai ter se espalhado, que vai ser mais fácil de conter. A possibilidade de cura é de 80%. Sem ele, cai pra 35% e a gente vai trabalhar mais na expectativa de vida desse paciente”, explica Selma Lessa de Castro, coordenadora do Serviço de Onco-hematologia do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias)/Centro Pediátrico do Câncer (CPC).
 
Mais cuidado

No Ceará, as mobilizações em prol do diagnóstico precoce acontecem desde outubro. A próxima ocorrerá na próxima quinta-feira, 28, na sede da Associação Peter Pan – referência nordestina no diagnóstico e tratamento da doença. “Vamos reunir todos que atuam na área, poder público e parceiros, para firmarmos um pacto de união para reforçar a importância do diagnóstico precoce em 2014”, revela a presidente da entidade, Olga Maia.

Em acompanhamento e tratamento, o Ceará tem cerca de 1.300 crianças com algum tipo de câncer. A leucemia aguda é o mais comum. E o que mais mata. “Antigamente, o câncer era mais estigmatizado. As pessoas tinham vergonha. Não falavam nem o termo câncer. Chamavam de ‘aquela doença’. Hoje, os diagnósticos tardios não são mais rotina. Mas ainda existem”, atesta Selma Lessa.

Serviço
Associação Peter Pan
Onde: rua Alberto Montezuma, 350, Vila União, em Fortaleza
Telefone: 4008 4109
Site: www.app.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário