terça-feira, 4 de fevereiro de 2014


de: Adriano Accioly

Prezados Sócios e Amigos do Náutico,

Vocês conhecem Assembléia de Sócios onde os Sócios NÃO tem direito a VOZ ?

Pois são assim as "Assembleias" no Náutico !!

Vejam o que aconteceu hoje no que deveria ter sido um legítimo exercício de democracia.
Foram abusivamente cerceados os direitos dos sócios de manifestar opinião durante Assembleia destinada a deliberar sobre o controverso Arrendamento/Cessão ou quaisquer outra "terminologia" que estão querendo agora empregar. ( Vejam comprovação em arquivo anexo).
Pude hoje constatar uma grande verdade, certa vez muito bem descrita pelo jornal O POVO.
“ Na sua história, o NAC teve grandes, razoáveis ou inexpressivas diretorias, cujos mandatos variaram ciclos de grandeza com ameaça de decadência. Há quem atribua os pontos negativos do Náutico do Náutico aos estatutos, determinando novos mandatos das diretorias por meio de votações indiretas com resultados previsíveis, nas quais a situação sempre foi vencedora. Ainda que tendo à disposição, SIMBOLICAMENTE, urnas para os associados, porém sem chances de vitória à oposição que apareça..” ( O POVO - Editorial 1/9/13 )

"CAIXA PRETA...
...VENDA de parte do Náutico, tudo bem, nada contra. Decepcionante mesmo foi constatar a quantidade de sócios votantes. Ínfimos 352 para uma decisão importantíssima que mudará a vida e o rumo do mais tradicional e querido clube social da cidade. Se a oposição fosse mais organizada teia derrubado o projeto"
(Jornal O POVO-Alan Neto - 1/9/13)

Agradecemos aos sócios que compareceram ao Náutico para votar contra esse Projeto de Destruição de nosso clube. Mesmo lutando contra uma poderosa "e onerosa" "Máquina", conquistamos quase 30% dos votos. A luta continua !

Vão ter Eleições para o Conselho neste mês de Fevereiro. É imprescindível que formemos uma chapa para esta disputa. Os interessados em participar e colaborar para que possamos dar um novo direcionamento para o nosso clube, enviem e-mail para nauticourgente@hotmail.com

** A abaixo a Mensagem que tentei e "fui impedido" de transmitir aos sócios que estavam presentes ao início da Assembleia de hoje. **
------------------------------------------------------------------------------------------------ Fortaleza, 03 de Fevereiro de 2014

Prezados Conselheiros, Diretores e Consócios do Náutico Atlético Cearense,

É notória a minha discordância sobre este projeto de implantação do empreendimento denominado “Novo Náutico” pois Eu tenho a certeza de que, caso este aconteça, será o FIM do Náutico.

Porque sou contra o Projeto:

Esse projeto, se concretizado, destruirá quase tudo o que atualmente existe no Náutico, para dar lugar a um gigantesco SHOPPING com três ou quatro torres em cima.
Que Eu saiba, nunca houve nenhuma comunicação da Direção do Náutico aos sócios sobre a verdadeira situação do tombamento do Náutico. Só recentemente, DEPOIS da Assembleia de 29 de agosto de 2012, é que a maioria dos sócios tomou conhecimento, através da imprensa, de que a sede do Náutico se encontra integramente tombada pelo Munício através do decreto municipal pelo decreto 13.038/2012. De acordo com o Decreto, o que está tombado no Náutico não são somente os seus Salões, como estão querendo FORÇADAMENTE fazer crer os Empreiteiros e a Direção do Náutico. Este Projeto "SHOPPING NÁUTICO” está desafiando a Lei do Patrimônio 9.347/2008, ensejando construir em área do clube que está tombada pelo município. Recentemente foi proferida uma Decisão Judicial de caráter liminar que impede quaisquer demolição e/ou construção na sede do Náutico.
Neste Projeto, que esta sendo ostensivamente propagado na mídia como a “8ª maravilha do mundo”, vê-se que a área que estão pretendendo negociar do Náutico, ocupará quase todo o terreno do Náutico, engolindo/soterrando o que hoje nós conhecemos como um clube Sócio-Esportivo-Cultural.
Neste Projeto, Os empreiteiros dizem que vão devolver tudo que vão destruir, porém não chamam a atenção que , o que estão prometendo devolver como sendo “Clube”, será predominantemente no subsolo do empreendimento, chegando a profundidade de, PASMEM, de cerca 20 metros abaixo do nível do mar.
Neste Projeto serão destruídos o Ginásio Coberto, as Quatro quadras de tênis, O Majestoso Parque Aquático Júlio Coelho de Araújo, projeto e construção de Emilio Hinko-1959, cujo o diretor de construção foi o sócio fundador e 1º presidente do Náutico, Sr. Pedro coelho, e mais duas quadras de Basquete. Querem nos convencer de que tudo isso vai funcionar melhor no SUBSOLO do Shopping. “É assim no primeiro mundo”, dizem.
Será justo, legal e necessário a destruição de um clube, que é patrimônio dos sócios e também Patrimônio Histórico de Fortaleza(decreto 13.038), além de utilidade pública(Lei nº 89/1936), para ser ofuscado e rastejar abaixo de um megaempreendimento imobiliário?
Caso este projeto seja perpetrado, o nosso Náutico vai ficar só na lembrança. Passará, na melhor das hipóteses, a ser um simples anexo de um conglomerado comercial, funcionando, em maior parte, no subterraneo do mesmo. Deixará de dividir o mesmo espaço com o Sol, as Estrelas e AR PURO, para cohabitar com os ruidosos e poluentes milhares de carros que iram circular freneticamente embaixo do “SHOPPING NÁUTICO”.
Perceba-se também que, neste AMBICIOSO projeto, as piscinas, que ainda resistirão à superfície, lá foram permitidas estar para compor a beleza estética e à conveniência do Megaempreendimento Hoteleiro-Comercial. Senão pergunto: Alguém conhece algum Hotel 5 estrelas sem uma boa Piscina?
Aos sócios que forem permitidos o uso dos equipamentos aquáticos, o farão sobre a mira dos milhares de olhares que habitaram o "SHOPPING NÁUTICO" com a suas megatorres no topo, ou seja, sem a mínima privacidade.
Ao se falar em privacidade, não podemos deixar de mencionar que esta será reduzida a zero, traduzida por uma passarela sobre as piscinas, pela qual, qualquer passante da Avenida Beira Mar, poderá espiar livremente, ou mesmo fotografar bem de perto, jovens e crianças que estiverem em áreas que antes eram “privativas dos sócios”.
Pelo que se pode ver, esse projeto é realmente um “Negócio da China”, para os EMPREENDEDORES. Terão um arremedo de clube literalmente aos seus pés, e abaixo deles, e não terão nem mesmo que pagar pelas custas de sua manutenção e encargos. Estas despesas e encargos, certamente não estarão ao nível do subsolo, mas na Estratosfera, para custear sofisticados elevadores e um sistema de tratamento do ar inóspito e poluído dos porões do SHOPPING.
Não precisa ser nenhum “expert”, para saber que o principal componente do valor de um bem imóvel é a sua localização, já que o custo de construção é o mesmo independente do local.
Perguntamos então:

- Conhece-se algum prédio em Fortaleza que tenha suas quadras esportivas no subsolo?

- Porque os empreendedores não projetaram o SHOPPING no subterrâneo e deixaram o Náutico permanecer na SUPERFÍCIE?

- O Valor de um apartamento no Porão é o mesmo que um apartamento com vista para o Mar?

Percebe-se que em qualquer empreendimento imobiliário, os andares mais altos, de melhor vista, de melhor ventilação, são sempre os mais cobiçados e valorizados. Foi exatamente esta parte que o ÚNICO proponente mais cobiçou, e estranhamente a direção do náutico cedeu.

Subtrair um clube como o NÁUTICO, PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL(Decreto Lei 13.038/2012), da superfície de Fortaleza, e querer fazer crer que é vantagem devolvê-lo, na sua maior parte, no subterrâneo de um SHOPPING, seria o mesmo que dizer que é vantagem trocar um apto de 100m² na Av. Beira Mar, por um apto de 120 metros em algum bairro do subúrbio. Isto não é só um desrespeito aos sócios, mas um desrespeito a inteligência de qualquer um.

Os que defendem o Projeto, para conquistar ao opinião pública dizem: “A cidade vai ganhar duas mil vagas”, e também “O negócio trará benefícios para todos”. SERÁ ? Essas vagas ofertadas, quando muito, deverão atender a demanda do Faraônico empreendimento comercial. Para a cidade, especificamente para as avenidas Abolição e Beira Mar, restará um trânsito cada vez mais caótico com a implantação de mais um SHOPPING e torres comerciais em uma região já densamente povoada. Saliente-se a existência de nada menos do que 6 Shopping Centers em um raio de menos que 2 Km do clube Náutico(Avenida, Aldeota, Jardins Open Mall, Del Paseo, Pátio Dom Luis e Center UM), afora um GIGANTE que deverá ser erigido na confluência das Avenidas Virgílio Távora e Santos Dumont.

Por último, mas não menos importante, devemos citar que o projeto do “SHOPPING NÁUTICO” vai ser um gigantesco obstáculo entre os majestosos salões do Náutico e a refrescante brisa vinda do leste. Ficarão estes salões “calorentos” e apequenados aos pés da gigantesca edificação comercial.

Respeito a opinião de todos, inclusive dos que estão favoráveis a este projeto, dentre eles, tenho alguns amigos. É difícil não se seduzir com as imagens e sons de peças publicitárias que mas parecem superproduções cinematográficas.

Todavia, apesar da minha crítica em relação a este projeto, a minha maior crítica é em relação a maneira como Ele está sendo colocado aos sócios.

Esta Assembleia está sub judice, porque o Edital de Chamamento Empresarial está sub judice. Existe uma questão judicial promovida por um grupo de sócios, do qual faço parte, ainda aguardando julgamento, na qual se questiona a legitimidade do supracitado Edital.

Bem, Até agora eu somente falei sobre o que há de discordância entre a nossa posição e posição da atual direção do Clube.

Agora vou falar sobre uma questão que é hoje ponto pacífico entre todas as partes:

O Edital de Chamamento empresarial está em desacordo com LEI!

Sendo assim como é possível modificar os termos do Edital, mais de um ano do mesmo de ter sido publicado, quase seis meses após a concorrência já realizada, sem macular a transparência e lisura de todo o processo.

O Edital publicado em 17 de Dezembro de 2012 oferecia em Arrendamento 10.300m².

Se agora não é mais Arrendamento;

Se agora não são mais 10.300m², são cerca de 17.000m² de área de superfície ocupada;

Como podemos saber se o resultado da Seleção não seria diferente se fossem essas as condições originalmente ofertadas ao Mercado.

Em um processo em que se mudam as condições estipuladas após o processo seletivo consumado, faz-se obrigatório que o mesmo seja totalmente anulado para que não pairem dúvidas sobre a transparência e isenção do processo seletivo.

Finalizando venho requerer à Direção do Náutico:

1) A Anulação do Edital de Chamamento empresarial publicado em 17 de dezembro de 2012 por Vício de Legalidade, e consequentemente sejam anuladas todas as deliberações dele provenientes;

2) Que sejam promovidas Assembleias para prestar esclarecimentos e ouvir sugestões do Sócios e não somente para ouvir um SIM ou NÂO. Vamos prospectar soluções! Ninguém é dono da Verdade!

3) Que qualquer outro Edital que venha a ser objeto de estudo pela diretoria e conselho deliberativo seja submetido em minuta, na integra, aos sócios e posteriormente discutidos em Assembleia Geral. Que este seja apresentado aberto à possíveis modificações sugeridas pelos sócios.

4) Que as próximas “Assembleias sejam realmente Assembleias”, com a Reunião dos Sócios em uma mesma hora e local. Não reconhecemos o que atualmente acontece como Assembleia, em que somente se vota o que é colocado pela Direção, sem oportunidade de haver uma discussão prévia entre os membros da Associação. Se a Assembleia começa às 9 horas e termina as 15 horas, a que horas o sócios vão estar reunidos para trocar ideias, discutir e deliberar em conjunto.

5) Que a direção do Náutico reconheça o tombamento do Náutico na forma como está descrito no Processo 10/2006 e no decreto 13.038/12 propiciando assim ao Náutico usufruir dos benefícios inerentes aos bens tombados, dentre eles a isenção do IPTU.

Pelo bem do nosso NÁUTICO, esperamos ver atendidas estas reinvindicações,

Atenciosamente,

Adriano Accioly
Sócio n. 65

adrianoaccioly@hotmail.com

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