sábado, 2 de março de 2013

Longevidade.....Publicado no Jornal OPovo de domingo

Beira Mar em festa para seu jovem coopista de 101 anos

O advogado Felício faz das caminhadas um compromisso diário. Neste sábado, um café da manhã festejou a data
 
Seu Felício era só disposição neste sábado, entre amigos e familiares na Beira Mar: "Tenho minhas tristezas, mas sorrio para elas"
 
É já nas primeiras palavras à repórter, até então desconhecida, que a longevidade do advogado Raimundo Felício Neto vai se justificando pela simpatia e o bom humor. “Sente, sente, Sarita!”, convida para a conversa o jovem coopista de 101 anos, completados na última sexta-feira, 1º. Neste sábado, um café da manhã, organizado pelo Grupo Amigos da Beira Mar, festejou seu Felício.

Ele jura que são apenas as “sagradas caminhadas de domingo a domingo”, como enfatizam os amigos, reforçadas por uma alimentação bem dosada, que o tornam invisível ao tempo. “Faz uns doze anos que caminho aqui na Beira Mar”, calcula. Mas é só ouvi-lo por alguns minutos que o segredo de tanta vitalidade vai se desvendando. “Eu acredito que a gente não morre quando o corpo morre. A gente morre quando perde o amor”, ensina. Seu Felício traz a paz como norteador da vida e a faz delinear caminhos de dedicação à família e aos amigos e de paixão à profissão. Na rotina, além da caminhada e da boa alimentação, tem espaço para leituras, descanso depois do almoço e conversas “com a velharia na Praça do Ferreira toda tarde”.

Aliás, o que não faltam são boas histórias e lições que ele vai deixando de herança para seis filhos, 16 netos e 14 bisnetos.

A fllha Isaurinha Felício, 65, relembra os dizeres que marcaram o despertar na adolescência. “Ele batia na porta do quarto, todas as manhãs, e dizia em tom engraçado: ‘A lei não protege os que dormem’. Mais tarde a gente foi entender melhor a frase”, reflete. A outra filha, Ione Felício, 59, traz valores que o pai cultivou na educação deles “desde pequenos”. “Muito trabalho, honestidade e integridade”. A neta Jacqueline Felício, 50, conta que se alguém ousa reclamar da vida perto dele, ouve sempre palavras de otimismo, mas, acima de tudo, de valorização de si. “‘Cuide de você’, é o que ele sempre repete”.

Para os amigos do calçadão, a saúde do seu Felício é referência. ‘A gente olha para ele e vê que qualquer um de nós pode chegar lá”, acredita a médica Celina Côrte, 63. Para o presidente do grupo organizador da comemoração, Tadashi Enomoto, “um elixir que ele tomou na juventude deve explicar tanta disposição”.

Nada de elixir, nada de segredos. “Eu tenho minhas tristezas, mas sorrio para elas. É de viver no sossego que eu gosto”, ensina.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

O advogado Raimundo Felício Neto diz que faz caminhadas diariamente há 12 anos. Neste sábado (2), o Grupo Amigos da Beira Mar comemorou os 101 anos do simpático senhor “coopista do século”, como é conhecido entre os amigos.

Dicas

É só conversar alguns minutos com seu Felício para obter dicas de longevidade

1. A paz é o que norteia a vida de seu Felício e a conquista dela acontece todos os dias, quando se age com honestidade consigo e com o mundo.

2. O amor é o que move o dia a dia feliz com família e amigos.

3. O bom humor e a simpatia, ele procura manter, mesmo diante das adversidades.

4. Leituras e muito estudo para deixar a mente sã.

5. Claro, exercícios e boa alimentação, diariamente.

Saiba mais

Seu Felício estava prestes a completar 16 anos quando o jornal O POVO publicou sua 1ª edição, no sábado 7 de janeiro de 1928 - 85 anos atrás. Naquele ano, o então futuro presidente do Brasil, Getúlio Vargas, era empossado governador do Rio Grande do Sul. Mário de Andrade lançava o livro “Macunaíma”.

Já na primeira edição do O POVO, a jovem escritora Rachel de Queiroz, então com 17 anos, também chamada Rita de Queluz, escrevia em defesa do “ensino profissional”. Era considerada a “robusta mentalidade feminina cearense”.

Um dos anúncios da edição lembrava aos apreciadores de música clássica que a Casa Kosmos, na rua Floriano Peixoto, 169, acabava de receber “todos os modelos de Victrola e grande sortimento de discos”. “Se V.S deseja musica classica, é possivel ouvir na Victrola Orthophonica as obras dos primeiros compositores do mundo, interpretadas pelos mais grandes artistas” (sic).

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