'De luto', Guaratiba conta prejuízo e dispara em Cabral e Paes
Moradores do bairro que receberia o Campus Fidei perdem dinheiro em investimentos e se indignam contra o prefeito e o governador do Rio
“Ficamos um ano e meio sem luz e telefone direito, comendo poeira o dia todo, e vimos um desmatamento desnecessário. A gente sabia que não ia dar certo, cada estaca cravada o solo absorvia, de tão úmido. Agora todo mundo desapareceu, a frustração é extrema, e a culpa é do Cabral e do Paes, que tiveram muito tempo para trabalhar e fizeram tudo errado”, criticou Maria Céli.
Na porta de sua casa, uma placa de “alugo casa no período do Papa” era retirada e a mercadoria estocada na manhã de hoje. Ela perdeu ao menos R$ 1 mil, deixando de servir 150 pessoas.
“A frustração não é apenas de negócio, é a expectativa toda que gerou. Queríamos trazer turistas futuramente, mas eles só têm uma ideia de Guaratiba: la-ma-çal. Acabou a possibilidade de turismo”, lamentou o marido dela, Mauro Luís Dourado.
Perto dali, o dono de um minimercado contabilizava os prejuízos em R$ 3 mil com bebidas e comidas armazenadas.
“Investimos para ter um retorno e agora, como faço com as compras encalhadas? O prefeito e o governador pegaram o dinheiro, fizeram um aterramento de qualquer jeito e concluíram o quê?”, questionou Wanderson de Oliveira Rodrigues.
"Papelão mundial"
Coordenando um grupo de 25 pessoas de Minas Gerais, o padre Clésio Ribeiro dos Santos chegou a alugar uma casa em frente ao palco principal do Campus Fidei para ficar o mais próximo possível da vigília. Ele se diz até aliviado com a transferência para Copacabana, pois assim o Brasil não fará “um papelão diante do mundo”.
Coordenando um grupo de 25 pessoas de Minas Gerais, o padre Clésio Ribeiro dos Santos chegou a alugar uma casa em frente ao palco principal do Campus Fidei para ficar o mais próximo possível da vigília. Ele se diz até aliviado com a transferência para Copacabana, pois assim o Brasil não fará “um papelão diante do mundo”.
“Os governos estadual e municipal tiveram dois anos e não foram capazes de preparar um local justo para que pudéssemos celebrar esse momento de modo confortável e tranquilo. Vendo a situação, dei graças a Deus que transferiram para Copacabana, pois seria feio o mundo ver um evento que parece uma mina a céu aberto. Seria um papelão diante do mundo”, afirmou o religioso.
A transferência dos equipamentos do Campus Fidei e dos banheiros químicos começou a ser feita na quinta-feira. Hoje, um dos organizadores do trabalho de remoção, que preferiu não ser identificado, disse que seria praticamente impossível carregar tudo para Copacabana. São 15 postos médicos, 4,4 mil banheiros e 52 torres de som. “Faremos o que dá para fazer, é muito complicado”, salientou ele.
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