quarta-feira, 19 de agosto de 2015


Após 10 horas de julgamento, autor de cotovelada é condenado a 5 anos

Anderson Oliveira agrediu auxiliar de produção em 2014 em São Roque.
Comerciante responderá por lesão corporal grave em regime semiaberto.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Anderson Tingo Oliveira (Foto: Reprodução/TV Tem)Anderson Lúcio de Oliveira cumprirá a pena
em regime semiaberto (Foto: Reprodução/TV Tem)
Depois de mais de 10 horas de julgamento no Fórum de São Roque (SP), Oliveira foi considerado culpado nesta terça-feira (18) por lesão corporal grave com agravante de crime contra a mulher; o ano de prisão que ele já cumpriu ser descontado. G1 acompanhou o julgamento em tempo real. Reveja AQUI
O juiz Flávio Roberto de Carvalho encerrou o julgamento às 20h35 depois da exposição dos argumentos do advogado de defesa do comerciante, Luiz Pires Moraes Neto e do promotor Washington Luiz Rodrigues Alves. Durante a tarde, oito testemunhas contaram as suas versões sobre o fato e houve também o depoimento do réu e da vítima. O assistente de acusação não foi ouvido. 
O advogado de defesa de Anderson disse que a tese da defesa prevaleceu e classificou o júri como um milagre. Luiz Pires Moraes Neto afirmou que vai entrar com pedido de habeas corpus para que o acusado cumpra a pena em regime semiaberto em liberdade. 
Já o advogado da Fernanda, Daniel Fernandes Gonçalves, diz que tem cinco dias para analisar o caso junto ao Ministério Público para ver se vai entrar com recurso.
Fernanda falou com a imprensa após o julgamento. Bastante confusa, ela disse que achou a decisão [desclassificação do crime para lesão corporal grave] correta. “Estou abalada e não sei direito o que pensar. Espero que ele viva a vida dele. Quero viver a minha e virar essa página”, diz. Já o advogado defende a tese da tentativa de homicídio e diz que não está satisfeito com a decisão. (Veja o vídeo acima)
Depoimentos
O julgamento começou às 10h e a primeira testemunha a ser ouvida pelo juiz, pelo promotor e pelo advogado de defesa foi a vítima: Fernanda. Ela afirmou que não se lembra do que falou para Anderson e o que teria motivado a cotovelada.

Fernanda também disse que não estava bêbada, que tinha tomado uma cerveja e duas taças de vinho, e que não só entendeu o que tinha acontecido quando viu as imagens da agressão na TV. 
Depois da vítima, dois bombeiros que atenderam a ocorrência foram ouvidos. Um deles afirmou que nenhuma testemunha que estava no local no momento indicou o motivo da queda, e que encontrou a vítima agitada e vomitando. Além dos bombeiros, também foram ouvidas seis testemunhas, entre elas a madrasta da vítima e a ex-mulher de Anderson.
Fernanda chegou ao Fórum em São Roque (Foto: Emilio Botta/G1)Fernanda chegou ao Fórum em São Roque (Foto: Emilio Botta/G1)
Em depoimento ao júri, Anderson negou que teve intenção de agredir a auxiliar de produção. "Nunca passou pela minha cabeça bater nela. Nada foi premeditado ali", afirmou, ao dizer que não conhecia a vítima. Segundo o réu, a agressão foi motivada por provocações de Fernanda, que estaria alterada e xingando a mãe e o pai dele [que havia morrido alguns meses antes]. "Naquele momento, eu teria dado a cotovelada em qualquer um, até mesmo no senhor", disse o comerciante, dirigindo-se ao juiz. 
Quando questionado pelo promotor, o comerciante afirmou que a intenção do seu movimento foi afastar a vítima. "Para mim, não foi nem uma cotovelada, mas uma braçada para tirar ela de perto, mas deu a repercussão que deu. Não pensava nem que ela iria cair. Me arrependi disso", afirmou o réu. Ele alegou também que não socorreu a vítima por não saber o que fazer na hora, e não conversou com os bombeiros por ter medo da reação das pessoas.
Durante um breve intervalo, Fernanda saiu do Fórum e falou com a imprensa. "As pessoas que estavam comigo, cada uma deu a sua versão. Disseram até que eu estava sambando em cima do carro de salto alto. Cadê o vídeo?", questionou (veja vídeo).
O júri
Anderson Lúcio de Oliveira responde pelo crime de tentativa de homicídio. Sete jurados, sendo seis mulheres e um homem, foram chamados para decidir o futuro do empresário. Ao todo, 25 pessoas, em uma lista com mais de 400 nomes de moradores de São Roque, foram convocadas ao longo das duas últimas semanas para comparecer ao fórum da cidade.

Júri São Roque 2 (Foto: Jomar Bellini/G1)Disposição do envolvidos no caso durante o julgamento (Foto: Jomar Bellini/G1)
A plateia foi aberta ao público e as 61 cadeiras da sala de audiência ficaram totalmente ocupadas rapidamente. Algumas foram reservadas: cinco para familiares de Fernanda e outras cinco para a de Oliveira. No entendimento da Justiça, apenas familiares próximos, como mães, pais e irmãos terão preferência nos bancos. Durante o julgamento, não foi permitida qualquer tipo de gravação, como vídeo e áudio, ou fotografias.

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