População
deixou de frequentar o lugar; a insegurança é outra reclamação dos moradores do
entornoA Praça Gustavo Barroso, em frente à
escola Liceu do Ceará, no bairro Jacarecanga, é endereço certo de pessoas em
situação de rua que fixaram residência em seus bancos e sombras. Durante o dia,
é fácil avistar dezenas destes espalhados pelo equipamento público. Eles lavam
roupas, louça,
cozinham e tomam banho, a água vem da praça mesmo. Os panos quaram no chão do
logradouro, assim como os pratos que são postos por lá, e enxugam com o
vento.
Os bancos do logradouro viraram a residência de grupo de
pessoas, que lava roupa, cozinha, toma banho e dorme na praça, aos olhos de quem
passa no local. O mau cheiro também tomou conta do lugar Foto: Marília CameloEm uma casa sem paredes e sem teto, o
banheiro também segue a mesma linha, além de não ter vaso sanitário e,
consequentemente, descarga. Tudo é feito ali mesmo, aos olhos de quem passa pelo
local. Além de presenciar a cena, o mau cheiro que sobe é insuportável e fica
por lá dias e dias.
Os moradores do entorno
já não utilizam mais o equipamento de lazer, tendo em vista a sensação de
insegurança do local, que se tornou insalubre. Os comerciantes que têm
estabelecimentos há mais de 15 anos ao redor da praça reclamam.
"Notamos a queda nas vendas, pois é extremamente
desconfortável sentar para comer ou simplesmente folhear uma revista quando tem
alguém que fica observando sua bolsa, pedindo suas
compras.
A sensação é péssima. Além disso, o odor que vem de lá não é nada agradável",
relata a atendente da panificadora Sílvia Helena, 40, que trabalha há 17 anos no
local.
Na opinião do autônomo José Oliveira,
45, a Praça do Liceu, como é mais conhecida a Praça Gustavo Barroso, não
pertence mais ao cidadão. "Os assaltos por aqui são recorrentes. Passar pelo
meio do espaço é algo que as pessoas não fazem mais, isso por medo de terem seus
pertences tomados. E tanto faz se é durante o dia ou de noite", lamenta
Oliveira.
Cansados da situação, tanto alunos,
quanto moradores e comerciantes reivindicam do poder público um policiamento
fixo na praça.