terça-feira, 8 de abril de 2014


DEPUTADO DO PT

Ligação com doleiro é comunicada ao Supremo


Caberá à Corte encaminhar o caso à PGR que decidirá se pede ou não abertura de investigação


Image-0-Artigo-1584790-1
Na condição de parlamentar, o petista detém foro privilegiado perante o Supremo, ainda que agora tenha pedido licença do cargo
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Brasília A Justiça Federal decidiu enviar ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) todos os documentos dos autos da Operação Lava Jato que ligam o doleiro Alberto Yousseff ao deputado André Vargas (PT-PR). Na condição de parlamentar, Vargas detém foro privilegiado perante o Supremo, ainda que agora tenha pedido licença do cargo pelo período de 60 dias.
Caberá à Corte encaminhar o caso à Procuradoria Geral da República. A Procuradoria decidirá se pede ou não abertura de investigação contra Vargas. A Justiça considera que entre os diversos fatos investigados foram colhidos "em verdadeiro encontro fortuito de provas elementos probatórios que apontam para relação entre Yousseff e o deputado". A Justiça avalia que ainda é prematura afirmação de que o relacionamento entre o doleiro e André Vargas "teria natureza criminosa". Mas, as frequentes citações a Vargas nos autos da "Lava Jato" já são suficientes para o deslocamento dessa etapa do caso para o Supremo.
Atendendo à determinação judicial, a Polícia Federal vai selecionar os "eventuais elementos probatórios e reuni-los em processo apartado" para posterior remessa ao Supremo.
A PF tem 10 dias para reunir esses documentos que mostram a aproximação entre o doleiro e o deputado petista. Apenas a parte relativa ao parlamentar seguirá para o STF.
Pedido de investigação
Os partidos de oposição na Câmara PSDB, DEM e PPS ingressaram na tarde de ontem com um pedido de investigação no Conselho de Ética contra o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR) para "apuração de procedimentos incompatíveis com o decoro parlamentar". Os partidos querem que o parlamentar explique o envolvimento com Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O esquema de lavagem de dinheiro teria movimentado R$ 10 bilhões em operações suspeitas.
Na representação, os partidos citam a reportagem da "Folha de S.Paulo" que revelou que o petista trocou mensagens com o doleiro. Nas conversas, os dois combinaram o empréstimo de um jatinho para que o deputado federal viajasse com a família e conversaram sobre a negociação de um laboratório.
PSOL aciona Vargas
Além da ação encaminhada pelos partidos de oposição na Câmara dos Deputados contra o vice-presidente da Casa, o PSOL protocolou uma representação na Corregedoria da Câmara.
A bancada pede a apuração das denúncias envolvendo a relação do petista com o doleiro Alberto Youssef. A sigla deve entrar hoje com uma nova representação, desta vez junto ao Ministério Público.
PT discutirá relação
O PT irá discutir em reunião na quinta-feira a relação entre Vargas e Youssef, preso sob acusação de lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólar e financiamento ao tráfico de drogas.
Segundo o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o partido trabalhará com a presunção da inocência, mas "não convalida esse tipo de relação, se é que ela existiu". A reunião servirá para que os dirigentes discutam quais serão os procedimentos do partido relação ao caso.
O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), afirmou que o partido ficou "satisfeito" com a atitude de Vargas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário