quinta-feira, 18 de junho de 2015


Comitiva de senadores brasileiros é cercada por manifestantes na chegada a Caracas

Comitiva ficou retida em avião por 20 minutos, e se encontrou com mulheres de presos políticos e deputada cassada

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Senadores se juntaram a Lilian Tintori (centro) e María Corina Machado (direita) - Reprodução/Twitter @liliantintori

Três batedores acompanham a comitiva, mas nada fizeram segundo os brasileiros. No ônibus estavam os senadores e as mulheres dos políticos.
"Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan (Calheiros, do Senado)", declarou no Twitter o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
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Depois da confusão com manifestantes, o comboio que leva os senadores foi retido por integrantes da polícia nacional venezuelana. A alegação era de que estava havendo a transferência de um preso, vindo da Colômbia, justamente no mesmo horário. O senador Aécio Neves ligou para embaixada brasileira manifestando estranhamento com a atuação da polícia local e pedindo que os diplomatas registrassem uma reclamação formal junto ao governo da Venezuela. — Falamos com o embaixador para que ele faça uma reclamação formal. Quem está aqui é uma missão que representa o Congresso brasileiro. Há algo de muito suspeito no que está acontecendo. Estamos aqui sitiados — disse Aécio.
CHEGADA COM ENTRAVES
No desembarque, eles foram recebidos por Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López; Mitzy Capriles, casada com Antonio Ledezma; Patricia de Ceballos, esposa de Daniel Ceballos; e pela ex-deputada cassada María Corina Machado.
Ao chegar, os brasileiros ficaram retidos no avião por 20 minutos. Os seguranças pediram para que todos entrassem nos carros e seguissem diretamente ao presídio onde estão os políticos presos. Com isso, evitariam um encontro com as mulheres no aeroporto. Segundo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), foi preciso ludibriar os batedores do comboio para retornar ao local onde estavam Tintori, Mitzy, Patricia e Maria Corina e também a imprensa.
 Eles tentaram nos tirar daqui. Tivermos que furar o cerco e voltar contou Cássio Cunha Lima.
A missão é liderada por Aécio Neves, presidente do PSDB, e integrada por outros representantes da Câmara alta, como Ronaldo Caiado e Aloysio Nunes. Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Medeiros (PPS-MT) e Sérgio Petecão (PSD-AC) completam a comitiva..
Na chegada, Aécio disse que a missão é de paz e humanitária.
 As manifestações, não só da região, mas do mundo todo podem sensibilizar as autoridades venezuelanas para marcar eleições livres e libertar presos políticos — disse Aécio.
Maria Corina afirmou que a visita dos políticos brasileiros é histórica. Segundo ela, nunca aconteceu antes uma missão oficial desse gênero no país. E elogiou a coragem e iniciativa da comissão.
 Vocês estão presenciando gesto histórico e sem precedente. O Brasil envia mensagem ao mundo inteiro de que a Democracia está conosco. A indiferença do governo brasileiro é cumplicidade — disse Corina
Segundo ela, a chegada dos brasileiros desencadeia um movimento em defesa da democracia no país.
Já Mitzy acredita que a visita dos senadores brasileiros pode acelerar o processo para definir a data das eleições na Venezuela.
— Maduro está encurralado diante dos olhos do mundo — disse Mitzy.
Para ela, só há uma via — que é a da conciliação da Venezuela.
— A única saída é a unidade, que é impostergável — completou.

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