segunda-feira, 8 de junho de 2015


Mais dois empreiteiros investigados na Lava Jato ficam em silêncio na CPI

Dario Galvão Filho e Sérgio Cunha Mendes foram dispensados da sessão.
Os dois são acusados de envolvimento no esquema que agia na Petrobras.

Laís Alegretti Do G1, em Brasília
O ex-vice-presidente da Mendes Júnior Sérgio Cunha Mendes se nega a responder às perguntas de deputados na CPI da Petrobras (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados) 
O ex-vice-presidente da Mendes Júnior Sérgio Cunha Mendes (segundo da direita para a esquerda) se negou a responder às perguntas de deputados na CPI da Petrobras. (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)
Convocados a depor nesta terça-feira (2) na CPI da Petrobras, o ex-diretor-presidente do Grupo Galvão Dario de Queiroz Galvão Filho e o ex-vice-presidente da construtora Mendes Júnior Sérgio Cunha Mendes decidiram ficar calados diante dos questionamentos dos deputados e foram liberados pela presidência do colegiado. Ambos são acusados de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Eles chegaram a ser presos pela Operação Lava Jato, mas, atualmente, estão em regime de prisão domiciliar.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Mendes Júnior e a Galvão Engenharia, empresa subordinada ao Grupo Galvão, são suspeitas de integrar o chamado "clube" de empresas que combinavam preços entre si para fechar contratos com a Petrobras e pagavam propina para funcionários da estatal, partidos e políticos.
Sérgio Cunha Mendes foi o primeiro a ser chamado ao plenário da CPI para prestar depoimento nesta terça. Em sua primeira manifestação, o ex-dirigente disse que iria recorrer ao direito de ficar em silêncio. Pela Constituição, pessoas investigadas não são obrigadas a produzir provas contra si mesmas.
“Eu gostaria de dizer que estou aqui hoje convocado pelos membros da CPI e, como existe um processo em que sou réu, dois processos correndo que ainda não são conclusos, infelizmente, por orientação dos meus advogados, vou exercer meu direito de ficar calado em função da situação presente. Os senhores me desculpem, mas é condição de defesa jurídica”, declarou Mendes, sendo liberado imediatamente.
Após o ex-vice da Mendes Júnior deixar o plenário, os deputados chamaram o ex-presidente  do Grupo Galvão. Acionista da construtora, Galvão Filho também afirmou que usaria o direito de ficar em silêncio.
“Gostaria de pedir desculpas aos senhores e dizer que, por orientação da minha defesa, permanecerei em silêncio”, enfatizou.
Tanto Dario de Queiroz Galvão Filho quanto Sérgio Cunha Mendes informaram à comissão que permaneceriam em silêncio mesmo se sessão realizada apenas na presença dos parlamentares. Esta foi a última rodada de depoimentos com executivos de empreiteiras suspeitas de envolvimento na Lava Jato presos em regime domiciliar.
À Justiça Federal do Paraná, Mendes afirmou que a empreiteira pagou cerca de R$ 8 milhões em propina ao doleiro Alberto Youssef para garantir o pagamento de aditivos (novos valores adicionados ao contrato) relativos a obras da estatal do petróleo.
Dario de Queiroz Galvão Filho é acusado pelos procuradores da República que atuam na Lava Lato de envolvimento no esquema de pagamento de propina revelado pela operação.

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