quinta-feira, 11 de junho de 2015

Ex-secretário da Copa do Mundo em Curitiba é preso, diz Polícia Federal

Luiz de Carvalho foi secretário municipal da Copa do Mundo até 2013.
Operação da PF prendeu 11 suspeitos de, em três anos, lavar R$ 3 bilhões.

Fernando Castro Do G1 PR
Luiz de Carvalho foi secretário municipal da Copa do Mundo em Curitiba (Foto: Brunno Covello/SMCS/Divulgação) 
Luiz de Carvalho foi secretário da Copa em Curitiba
(Foto: Brunno Covello/SMCS/Divulgação)
O ex-secretário municipal da Copa do Mundo em Curitiba Luiz de Carvalho foi preso nesta quinta-feira (11) pela Polícia Federal (PF), em uma operação contra evasão de divisas e lavagem de dinheiro entre o Brasil e países do exterior. Foram presas 11 pessoas suspeitas de, em três anos, lavar R$ 3 bilhões.
Das 11 prisões, oito ocorreram na capital paulista, uma em Araras, no interior paulista, uma em Resende, no Rio de Janeiro, e uma em Curitiba. A PF solicitou à Justiça que sete suspeitos fiquem detidos temporariamente e quatro, de forma preventiva.
Luiz Carlos de Carvalho foi secretário municipal da Copa do Mundo até o fim de 2012, durante a gestão do ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB). Ele deixou o cargo após a troca no comando da administração municipal, que nomeou outro secretário para o posto. A PF informou que ele atuava como doleiro, mas não deu mais detalhes da participação dele no esquema investigado. O advogado de Luiz de Carvalho disse que que não teve acesso aos autos, e que não vai se manifestar no momento.
Segundo a PF, o próximo passo da operação é a identificação dos clientes e motivos das movimentações financeiras. Foi pedido à Justiça o bloqueio de várias contas de passagens, que eram usadas para movimentar o dinheiro, além de imóveis. Além disso, R$ 1 milhão de dinheiro em espécie foi apreendido durante a operação.
saiba mais
O esquema contou com a participação de três funcionários de um banco sediado na capital paulista. A investigação indica que outros bancos estejam envolvidos na operação.
"Pelo perfil que a gente pode observar até pelos antecedentes criminais de alguns dos envolvidos essas pessoas fazem parte do crime financeiro, do crime do colarinho branco o seu modo de vida", disse Ferreira Neto. Alguns detidos já tiveram passagens por crimes contra o sistema financeiro, segundo o delegado a PF Alberto Ferreira Neto.
Em um ano, apenas uma das empresas investigadas movimentou R$ 170 milhões.
Uma estatal venezuelana, que não teve o nome e nem o ramo de atividade divulgado, está sendo investigada por envolvimento na operação.

"O dinheiro passava por contas de passagem inclusive de uma estatal venezuelana e dali vinha para o Brasil ou ia para Hong Kong", declarou o delegado. Apesar da conta ser de uma estatal, não se sabe ainda se o dinheiro vem do governo da Venezuela. "Nós não fizemos uma cooperação policial internacional com a Venezuela, então não se pode ter uma precisão".
A operação, nomeada como Porto Victoria, também cumpriu dois mandados de condução coercitiva e 30 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Araras, Indaiatuba, Santa Bárbara do Oeste, no interior paulista, além de Curitiba (PR) e Resende (RJ).

Nenhum comentário:

Postar um comentário