Governo do CE promove ato contra
hostilidades a médicos estrangeiros
Estrangeiros foram xingados de 'escravos' e 'incompetentes'.
Médicos participavam da abertura do curso de saúde publica e língua.
A secretaria estadual e o ministério da Saúde promoveram nesta terça-feira (27) um ato de desagravo contra a atitude de manifestantes que hostilizaram médicos estrangeiros em solenidade dos Mais Médicos na noite desta segunda-feira (26), na Escola de Saúde Pública do Ceará, no Bairro Meireles, em Fortaleza. Aos gritos, manifestantes chamaram os estrangeiros de ''escravos, escravos'' e ''incompetentes''.
O protesto desta segunda-feira foi organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) e pedia a aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) para os médicos estrangeiros, mas na saída houve bate-boca e tumulto.
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O secretário de gestão estratégica do ministério da saúde Odorico Monteiro disse ter sido atingido com um ovo e agredido fisicamente e não descarta registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) contra o Simec. ''Foi um ato de agressividade, xenofobia, preconceito e racismo. Nós entendemos que o preconceito e racismo de alguns é porque ainda eles sentem saudades da Casa Grande e Senzala" , desabafou nesta manhã.
E completou. "Foi o meu primeiro ovo. E o primeiro a gente nunca esquece. Temos que repudiar atos do tipo e propagar e defender uma cultura de paz. Não houve agressão física em outras pessoas, mas em mim, sim, como empurrões e tapas. Houve agressão verbal. Estou analisando isso. Inclusive, fiquei sabendo que alguns representantes sociais vão entrar com queixa alegando xenofobia e racismo contra o Sindicado dos Médicos", disse.
Logo em seguida, Odorico Monteiro, disse que espera uma retratação do Sindicato dos Médicos do Ceará o quanto antes. "Nós entendemos que o Simec teria que se retratar. O que ocorreu nesta segunda-feira aqui é lamentável. É preciso uma retratação. Jovens médicos praticaram atos de violência", disse.
Médicos gabaritados
Odorico Monteiro ainda lembrou que os médicos estrangeiros possuem experiência no ramo da medicina e não mereciam ser recebebidos da forma que foi por alguns médicos cearenses. "Os médicos cubanos, portugueses, espanhóis, argentinos, médicos brasileiros que se formaram lá fora e agora estão tendo a chance de praticar a medicina aqui no nosso país são médicos que possuem experiência. Muitos deles participaram de missões internacionais", afirmou Monteiro.
Odorico Monteiro ainda lembrou que os médicos estrangeiros possuem experiência no ramo da medicina e não mereciam ser recebebidos da forma que foi por alguns médicos cearenses. "Os médicos cubanos, portugueses, espanhóis, argentinos, médicos brasileiros que se formaram lá fora e agora estão tendo a chance de praticar a medicina aqui no nosso país são médicos que possuem experiência. Muitos deles participaram de missões internacionais", afirmou Monteiro.
E assegurou que os médicos estrangeiros não vão tomar o emprego dos médicos locais como muitos estão pensando. "Os médicos estrangeiros não vão provocar nenhum desempego para o médico brasileiro. Não vão ocasionar nenhum tipo de concorrência. Eles vão trabalhar no Programa Saúde da Família e em lugares que há poucos médicos locais ou onde não existem. Eles não vão praticar nenhum ato de nível terciário, procedimentos cirúrgicos, anestésico, plantão em obstetrícia e outros procedimentos secundários".
O secretário estadual da Saúde, Arruda Bastos, disse que ''nada justifica uma atitude deste tipo''. "Foi um dia negro para a classe médica do estado. Eu esperava qualquer tipo de ofensa contra minha pessoa, contra o Governo Federal, mas não contra os médicos'', afirmou.
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