sexta-feira, 21 de junho de 2013

Confronto nos domínios do Palácio da Abolição

Grupo tenta invadir a sede do Governo do Estado e Polícia intervém. Choque e Cavalaria são acionados para conter excessos. Manifestantes vaiam vândalos, pedem paz e vão embora
Manifestantes tomam banho nas águas do Mausoléu Castelo Branco, no Palácio da Abolição

Toda a pacificidade defendida na andança da Praça Portugal à Assembleia Legislativa e, por fim, até o Palácio da Abolição não foi assimilada por um grupo de manifestantes que defendia a invasão da sede do Governo do Estado. Os jovens diziam-se inconformados pelo fato de o governador Cid Gomes não ter descido para o diálogo.

Dissidentes inflamados da maioria que queria aguardar um pronunciamento oficial do chefe do Executivo, eles derrubaram as grades de proteção por duas vezes e não respeitaram nem a barreira humana feita por quem contestava atos de violência. Às 21h14min, jogaram o que encontraram pela frente contra os policiais e forçaram a entrada.

Houve revide dos PMs e a frente de ataque ao Palácio aumentou. Balas de borracha e bombas de efeito moral foram disparadas contra a multidão. Alguns manifestantes depredaram equipamentos do prédio e atiraram rojões contra os militares.

O confronto tomou cerca de sete quarteirões, assustou, gerou corre-corre e fez muita gente desistir de pressionar o Estado por melhorias na saúde, educação, segurança e transporte público. Até às 23 horas, 55 pessoas haviam sido conduzidas ao 2º Distrito Policial, no Meireles. Com elas, os policiais encontraram baladeiras, esferas de vidro, mochilas com pedras, vidros de vinagre e outras substâncias a serem identificadas. A delegacia ficou lotada de familiares dos detidos, mas só advogados tinham acesso ao DP, o que gerou tumulto.

Seis adolescentes foram apreendidos e encaminhados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no São Gerardo. O Governo promete divulgar o nome de todos.

Até as detenções acontecerem, porém, foi preciso acionar o Batalhão de Choque (BPChoque) e a Cavalaria para dar reforço à guarda do Governo. O clima ficou tenso até mesmo entre os manifestantes. Parte gritava “Não recua! Não recua!”, enquanto outra bradava “Sem violência! Sem violência!” ao som de samba, ainda na tentativa de acalmar os ânimos.

A discordância gerou brigas entre os próprios manifestantes. O POVO flagrou duas situações em que jovens contrários e a favor à invasão agrediram-se sob o Mausoléu Castelo Branco, que guardou os restos mortais do marechal. “A gente vai ganhar algo tendo tanta gente na rua e não jogando coisa”, gritou um dos manifestantes em meio à confusão.

A divergência fez muita gente tentar recolocar as grades arrancadas pelos vândalos para tomar o Palácio. Até no confronto, o barulho não foi só de tiros e bombas. Dava para ouvir as palmas a quem tentou conter o caos. (Colaboraram Demitri Túlio, Geimison Maia e Michel Victor)

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